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Produtora aposta em simplicidade para ter sucesso em filme de "Angry Birds"

Mariane Zendron

Do UOL, em São Paulo

23/09/2015 12h19

Você ou alguém muito próximo já ficou horas jogando Angry Birds, em que pássaros camicases têm como único objetivo matar uns porcos debochados, certo? Pois o joguinho tão amado quanto viciante vai para as telas do cinema em junho de 2016. A produção ainda está sendo finalizada, mas o UOL já viu algumas cenas e entrevistou a produtora Catherine Winder, que contou detalhes até então mantidos em segredo. 

A produtora não teme o flop que costuma rondar os filmes inspirados em jogos. "Temos personagens simples, com suas personalidades. Isso é tudo. Não é complexo. Usamos isso para contar uma história ótima. Nosso foco era ter uma comédia para todo mundo. Não fizemos um filme sobre o jogo. A Rovio [empresa que criou o game] deixou que criássemos à vontade e foi muito esperta nisso", contou. 

"Dessa maneira, acreditamos que as pessoas possam se conectar aos personagem e à trama", disse Winder, ao UOL. A produtora ainda disse pode ser mais fácil falhar quando a adaptação para os cinemas é inspirada em um jogo complexo. "As pessoas acabam ficando confusas e os fãs insatisfeitos".

"É a história do rejeitado. Red quer se encaixar nessa sociedade, mas tem dificuldades em controlar seu temperamento, mas quem não é assim às vezes? Ele é zangado, mas tem um coração de ouro"
Catherine Winder, produtora do filme "Angry Birds"

A história do filme

Em uma ilha paradisíaca, uma comunidade de pássaros vive feliz. Isso mesmo, eles não são nem um pouco zangados e vivem numa comunidade em que tudo funciona de maneira organizada e alegre. Todos sorriem pelas ruas, exceto Red, o protagonista mal-humorado, mas ele não é assim à toa. A vida não foi bacana com ele. Ele se dá mal desde uma simples ida ao cinema até em uma paquera no parque. Nem para atravessar a rua Red tem paz: bebês pássaros e pássaros idosos estão sempre em seu caminho.

"É a história do rejeitado. Red quer se encaixar nessa sociedade, mas tem dificuldades em controlar seu temperamento, mas quem não é assim às vezes? Ele é zangado, mas tem um coração de ouro", avalia a produtora. Para controlar essa agressividade, Red é encaminhado à terapia de grupo para aprender a lidar com a raiva, onde ele conhece pássaros que passam pelo mesmo "problema"; o ansioso Chuck e o literalmente explosivo Bomb. Um belo dia, porcos festivos aportam na ilha e são muito bem recebidos por todos os pássaros. O único que desconfia dos visitantes é Red, mas, como ele é o famoso mal-humorado, vai penar para receber crédito.

Mudanças no mundo das animações

Para a versão em inglês, o comediante Jason Sudeikis ("Saturday NIght Live") encarna Red, e Peter Dinklage ("Game of Thrones"), a águia. Winder faz suspense, mas garante que as negociações com os atores brasileiros já começaram. 

É impossível ver imagens de "Angry Birds" e não se lembrar de "Rio", dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha. Winder acredita que pode até haver alguma confusão de marketing, mas acredita que tem um material diferente nas mãos, "com outro tom de comédia, outro look, outra história. 'Rio' serve como inspiração pelo nível de qualidade que apresenta".

Com mais de 20 anos de experiência, que inclui as séries animadas para a TV "Família Adams" e "Capitão Planeta", Catherine diz que muita coisa mudou no mundo da animação, como a tecnologia e o alcance das produções. "Já trabalhei no Japão e lá as animações sempre foram para adultos e crianças. Na América do Norte e na América Latina isso vem mudando". O que não muda, garante ela, é a exigência do público por uma história boa e simples.