Ashley Judd diz ter sido assediada por executivo do cinema nos anos 90
Após ter afirmado em março que já foi vítima de estupro, incesto e outros tipos de violência sexual, a atriz americana Ashley Judd surpreendeu mais uma vez ao confessar à revista "Variety" um novo caso de assédio sexual, ocorrido durante as filmagens de "Beijos que Matam" (1997) e envolvendo um dos mais "famosos e admirados" chefes de um estúdio rival da Paramount, que produziu o filme.
O nome dele e da companhia, no entanto, não foram revelados por Ashley, que relatou o episódio em um texto escrito em primeira pessoa na edição especial "Power of Women", que tem como foco o feminismo no cinema.
Segundo a atriz, o assediador a coagiu para que ela o visitasse em seu quarto de hotel, sob o falso pretexto de falar sobre papéis em filmes de seu estúdio. Após uma conversa dúbia e repleta de condicionais e situações estranhas, o figurão teria chegado ao ponto de obrigá-la a vê-lo tomar banho em troca de futuras escalações.
"Ele foi muito dissimulado e se mostrou especialista no assunto. Ele me 'preparou', para usar um termo técnico: 'Venha me encontrar no hotel para comermos alguma coisa'. Tudo bem. Mas, na verdade, ele estava no quarto. Pensei: "Você está de brincadeira comigo?"', escreveu a atriz, que em 2014 estrelou o filme "Divergente".
"Eu tinha trabalhado a noite toda e pedi cereais. Cheguei a esse estágio. Foi tão nojento. Ele tentou me seduzir dizendo: 'Me ajude a escolher o que vestir'. Aconteceu muita coisa entre minha entrada e a negociação. Havia todo um processo de barganha: 'Venha fazer isso, venha fazer aquilo'. E eu dizia: 'não, não e não'."
"Tenho a sensação de que, se isso for para a internet e as pessoas tiverem a oportunidade de comentar, muitos vão perguntar: "Por que você não saiu do quarto?", culpando a vítima. Quando eu não parava de dizer 'não' a tudo, havia uma enorme assimetria de poder e controle."
Nas palavras de Ashley, apenas posteriormente ela viria a descobrir que a mesma situação embaraçosa já havia acontecido com outras atrizes e até atores. "Soará familiar a todas que passaram por isso. Tenho a sensação de que somos uma legião. Eu estava em um café uma vez com um grupo de atores, e foi crítico porque também havia homens. E a mesma coisa havia ocorrido com eles por parte do mesmo magnata", afirmou.
"A última coisa que ele disse quando eu estava tentando me livrar de tudo aquilo foi: "Você vai me ver tomar um banho?". Nesse momento, todas as outras mulheres sentadas à mesa comigo disseram: "Oh, meu Deus, isso é o que ele disse a mim também."
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