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Ana Paula Arósio diz que não sumiu, mas desconversa sobre próximos projetos

Estéfani Medeiros

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/10/2015 17h02

"Não sumi não gente, estou aqui", diz Ana Paula Arósio entre gargalhadas. Na manhã desta terça (27), a atriz se uniu aos atores Gabriel Braga Nunes, Nelson Xavier e ao diretor Vinícius Coimbra para o lançamento do drama "A Floresta que Se Move", adaptação da peça "Macbeth", de William Shakespeare, para o cinema.

Arósio, que está longe das telas desde o encerramento de contrato polêmico com a TV Globo, diz que Lady Macbeth foi a responsável por trazê-la de volta a atuação.

"Esse foi o papel que fez eu voltar a me apaixonar pelo ofício", disse em entrevista ao UOL após a coletiva. "Aprendi que, pela minha saúde, é melhor fazer uma coisa de cada vez. Mas aí aparecem esses papéis e a gente não resiste", diz, fugindo da pergunta sobre seus projetos futuros. A atriz atualmente mora na Inglaterra com o marido e passará uma temporada no Brasil para a divulgação do drama.

Arosio - Reprodução - Reprodução
Ana Paula Arósio em cena de "A Floresta que se Move"
Imagem: Reprodução

Guerra por dinheiro

O contato entre Arósio e o diretor surgiu durante um convite para assistir a um espetáculo produzido pelo coletivo francês Theatre du Soleil, em que a atriz encontrou inspiração para protagonizar Clara. Na versão contemporânea da adaptação de "Macbeth", ela é a ambiciosa mulher de Elias (Gabriel Braga Nunes), secretário executivo de um banco que é confrontado com a escolha de se manter ético ou brigar pelo poder.

"É uma história bem difícil de ser contada", introduziu o diretor, comentando a dificuldade de adaptar o roteiro. "Foi uma batata quente que coloquei na mão deles (os atores). Tentei não fazer muito realista". Na versão de Coimbra, a ambição não é representada na guerra pelo trono e sim pelo dinheiro.

"Sempre pensei nesse ambiente do mercado financeiro. No Brasil, o banco é que faz esse caminho, imagino que o dono do Bradesco tenha bastante poder", explica.
Se o longa exibe ternos caros e riqueza, nos bastidores o baixo orçamento impossibilitou locações caras. O filme foi gravado em recortes no jardim do condomínio do diretor no Rio de Janeiro, na casa de um arquiteto brasileiro no Uruguai, além de cenas improvisadas na Escócia e no Museu Judaico, em Berlim.

Com o filme, Coimbra quer mostrar que é possível fazer drama de qualidade no Brasil. "Quero convencer o público brasileiro de que podemos fazer um drama com conteúdo artístico. São histórias de que eu gosto, que não são herméticas. Procurei não buscar referência nas versões de Orson Welles ou Kurosawa, porque deixaria de cumprir meu papel com o público brasileiro."

Trailer de "A Floresta que se Move"

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