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Bullock diz ter sofrido preconceito de gênero em filme: "pior experiência"

26.out.2015 - A atriz Sandra Bullock na première de "Especialista em Crise", em Los Angeles (EUA). Ela é Jane Bodine, protagonista do filme. - Mario Anzuoni/Reuters
26.out.2015 - A atriz Sandra Bullock na première de "Especialista em Crise", em Los Angeles (EUA). Ela é Jane Bodine, protagonista do filme. Imagem: Mario Anzuoni/Reuters

Do UOL, em São Paulo

10/11/2015 22h04

Uma das estrelas mais populares de Hollywood, Sandra Bullock se juntou a nomes como Meryl Streep, Patricia Arquette e Kristen Stewart, entrando definitivamente no debate sobre a igualdade de gênero no cinema americano. Em relato publicado pela revista "Variety" desta semana, cuja reportagem de capa mostra como as atrizes de alto escalão passaram a lutar contra o sexismo nos Estados Unidos, ela contou sobre a primeira vez que sentiu preconceito no trabalho por seu mulher.

Segundo a estrela de "Gravidade", que não revelou envolvidos nem o filme que estava rodando na época, o caso aconteceu há cerca de dez anos. "Antes, sempre achei que fôssemos todos iguais, como somos de fato. Estava fazendo um filme dez anos atrás e me vi gritando com raiva. Pensei: "O que está acontecendo comigo?". Eu estava literalmente com medo. Percebi que era devido ao fato de eu ser do sexo feminino", escreveu a atriz. "Foi a pior experiência que já tive."

"Fiquei arrasada, porque não conseguia ignorar. Eu era muita ingênua para pensar que estava em um nível igual ao de todo mundo? Fui tratada de forma diferente", contou a atriz, que disse ter demorado um ano e meio para superar o episódio. "Desde então, tive outras experiências, mas nada tão flagrante. Aquilo abriu meus olhos. Não era apenas em relação a homens sobre mulheres. Muitas vezes a atitude vinha de mulheres em relação a outras."

Nas palavras da atriz, o preconceito de gênero reina em Hollywood e vai além da questão salarial. "Sei que estamos focadas na parte do dinheiro agora, mas isso é apenas um subproduto. Continuo me peguntando: 'Por que é que ninguém está se levantando e dizendo que você não pode dizer isso sobre uma mulher?".

"Nós somos ridicularizadas e julgadas nos meios de comunicação e reportagens. Há uma grande diferença na forma como homens e mulheres são descritos. Sempre brinco dizendo que nós vamos ao tapete vermelho para responder sobre nossos vestidos e cabelos, enquanto o homem do nosso lado é questionado sobre sua atuação no filme e sobre questões políticas."

"Como você explica para o seu filho que essa era não acabou? Eu quero que ele pense que eu sou chefe e que as mulheres são iguais, mas eu não posso apoiar o que existe por aí. Espero que ainda durante minha vida, por ele, um dia exista igualdade de condições. Podemos esperar por isso."