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Roteirista de "Até que a Sorte nos Separe 3" diz que previu crise econômica

Mariane Zendron

Do UOL, em São Paulo

07/12/2015 15h50

Tino, o pai de família vivido por Leandro Hassum, tem uma nova chance de enriquecer em "Até que a Sorte nos Separe 3", que chega aos cinemas no dia 31 de dezembro. No entanto, provando seu talento em perder dinheiro, ele quebra o Brasil e ainda coloca o país em risco de ser eliminado do mapa mundial.

O diretor Roberto Santucci e o roteirista Paulo Cursino comentaram, em entrevista coletiva em São Paulo, o tom premonitório do longa. "A gente costuma dizer que brincamos de Nostradamus nesse filme. O filme tratar disso é bem legal, mas a nossa vontade é que o Brasil vá para frente e que as pessoas tenham dinheiro para ir ao cinema ver o nosso filme", disse Cursino.

Na entrevista, diretor e roteirista também foram questionados sobre o risco de fazer piada com política frente ao momento tão delicado do país, em que corre um processo de impeachment contra Dilma Rousseff. "Risco há, mas a gente gostou da história de coração. Acho bom discutir a situação sempre que a gente pode".

No filme, Tino tem um encontro com a presidente, se confunde com as palavras e a chama de "presidanta" e mulher "sapa", querendo dizer sapiens. O protagonista ainda brinca com uma mandioca que fica sobre a mesa da presidente.

"Nós desacostumamos a ver esse tipo de humor com a política. Humor não é Dilma Bolada, a gente pode ser mais cáustico. Antigamente víamos mais isso com mais frequência como em 'Viva o Gordo' e 'Casseta e Planeta'. O Brasil perdeu a capacidade de se questionar".

Hassum magro

Com 53 kg a menos depois de uma recente cirurgia bariátrica, o novo shape de Leandro Hassum também foi tema da conversa. "Por que não aproveitar isso para fazer uma piada?", disse Hassum.

No início da história, Tino aparece como competidor de um reality chamado "Perdeu, Ganhou" apresentado por Luciano Huck, mas perde o prêmio de R$ 1 milhão para um competidor mais forte, André Marques.

Referência a Eike e Luma

Tino tem uma nova chance de enriquecer novamente ao ser atropelado pelo filho do homem mais rico do Brasil. A mulher do bilionário usa uma gargantilha com o nome do marido, referência clara à Eike Batista e Luma de Oliveira, mas elenco e produtores  brincaram e desconversaram quando questionados sobre isso.

Vivendo a mulher do bilionário, Emanuelle Araújo disse que gostou que seu papel não foi rotulado. "Os ricos no filme são sensíveis e legais. Não há aquele olhar maniqueísta".