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Hassum defende piada com presidente e diz que novo filme não é partidário

Mariane Zendron

Do UOL, em São Paulo

24/12/2015 07h00

Com a habilidade em ganhar muito dinheiro (e perder todo o valor em seguida), Tino, personagem de Leandro Hassum, volta aos cinemas em “Até que a Sorte nos Separe 3”, levando seu “talento” às contas públicas do país.

O filme chega aos cinemas nesta quinta-feira (24), véspera de Natal, enfrentando de frente “Star Wars: O Despertar da Força” fazendo graça com a crise política e econômica que paira sobre o Brasil desde o início do ano.

Hassum, que também produz o filme, rechaça qualquer inclinação política com o tom debochado, que não poupa a presidente Dilma Rousseff, muito menos o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, pivô do Lava-Jato. “Não é um filme partidário. Não estamos aqui para tomar partido da esquerda ou da direita. Faço uma comédia comercial para a família toda, que quer fazer bilheteria”, resume.

Para ele, este é o papel do humor. “A comédia, desde a sua origem do teatro grego, mostra a realidade de uma forma leve ou maquiada. É esclarecer para o grande público uma realidade socioeconômica de forma leve. Molier fazia isso, Shakespeare fazia isso, Sócrates fazia isso”.

As piadas do filme, no entanto, não são sutis. A presidente da República -- facilmente identificável graças ao conjunto vermelho, idêntico ao de Dilma Rousseff – é chamada por Tino de "presidanta" e mulher "sapa" (em referência ao discurso de Dilma em que se refere à ‘mulher sapiens’). O protagonista ainda brinca com uma mandioca que fica sobre a mesa da presidente. “Na verdade, não é ela. A gente nem a chama pelo nome”, defende Hassum.

O ator defende que falta senso de humor à classe política. “Vivo bastante entre o Brasil e os Estados Unidos. Eu acredito muito nessa democracia que tem nos Estados Unidos, em que o próprio presidente debocha de si mesmo. Ele vai no Saturday Night Live, no programa do David Latterman, ele mesmo faz piada. Aqui não tem isso”.


“Sou um cara que tem na mesa dez projetos de cinema. Todo roteirista da Globo tem um projeto pensando no Hassum. Quem nega trabalho sou eu”

Versão mais magra
Mas há um assunto que Hassum não vê muita graça. No final de 2014, o ator virou alvo de notinhas e comentários após se submeter a cirurgia  de redução de estômago,  o que lhe fez emagrecer 53 quilos em 1 ano.

Ele conta que não foi poupado até mesmo na missa do 7° dia do próprio pai, há um mês. “Emagreceu a beça, hein? No começo fica acabado, abatido, mas depois melhora”, teria dito uma prima. “Quem fala isso para uma pessoa?”, ele observa, indignado.

No Instagram, a cada foto postada, uma enxurrada de comentários. “Qualquer foto que eu publico é ‘Leandro Hassum exibe seu corpo sarado’. Eu não estou exibindo meu corpo sarado. Eu nunca tive vergonha do meu corpo, do meu tipo físico, mas parece que há uma necessidade de se falar disso”, reclama.

Nada pior do que os rumores de que teria perdido trabalhos depois de ter emagrecido. “Sou um cara que tem na mesa dez projetos de cinema. Todo roteirista da Globo tem um projeto pensando no Hassum. Quem nega trabalho sou eu”, rebate.