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Nova animação da Pixar bate recorde de tamanho com paisagem hiper-realista

James Cimino

Colaboração para o UOL, de Los Angeles

11/01/2016 07h00

A nova animação da Pixar, "O Bom Dinossauro”, que estreou no Brasil no último fim de semana, pode até não bater recordes de bilheteria, mas já chega às telas atingindo patamares gigantescos de produção, apostando em cenários cada vez mais realistas, com paisagens naturais que dão show.

O filme, que conta a história de um menino e seu cão --embora o “menino” seja um dinossauro e o “cão” seja um humano, ambos órfãos--, é o primeiro da Pixar a apostar em paisagens vastas, inspiradas em locações reais do interior dos Estados Unidos.

E apesar do contraste entre os personagens, que têm um traçado simples, a junção com os cenários é totalmente harmônica. Neste contexto, o rio que corta o cenário onde Arlo (o dinossauro) e Spot (o menino) procuram o caminho de volta para casa acaba se tornando um personagem à parte.

Foram tantos os efeitos especiais que este filme não apenas se tornou gigantesco em termos de cenários, mas também em termos de tamanho de arquivo. Jon Reisch, supervisor de efeitos especiais, disse ao UOL que este é o maior que a produtora já fez.

Todo o filme “O Bom Dinossauro”, incluindo efeitos, iluminação, animação, ocupa cerca de meio petabyte de espaço (o equivalente a 500 HDs de 1 terabyte). Para se ter uma ideia, os outros grande filmes da produtora chegaram apenas perto dos 200 terabytes.

“Um exemplo específico é o rio e os efeitos usados para criá-lo da forma mais real possível. Sozinho, ele ocupa cerca 300 terabytes só de efeitos especiais. Isto representa um aumento de dez vezes na quantidade de efeitos usada nos filmes ‘Universidade Monstros’ e em ‘Divertida Mente’. Só a sequência em que Arlo cai no rio e se perde de sua família consumiu 17 terabytes em efeitos, o mesmo montante usado em todo o filme ‘Carros 2’", contou Reisch.

E “Zootopia”, animação da Disney (que é dona da Pixar) programada para fevereiro não fica atrás: toda a riqueza de detalhes que o público verá no cinema também levou o filme ao patamar de maior produção da Disney, com 460 terabytes, 50 a mais que “Operação Big Hero”.

Megalomania e simplicidade

O excesso de detalhes, no entanto, não é para ser visto como megalomania. No caso de “O Bom Dinossauro”, o diretor Peter Sohn diz que o queria contar uma história mais “simples, contemplativa e com mais cenas de silêncio”. “Meu personagem precisa aprender a respeitar a natureza, porque ele não se conforma com a perda do pai. E essa experiência vai fazê-lo compreender a grandeza das coisas a partir de detalhes pequenos da vida”, explica.

"A tristeza faz parte da vida. Especialmente neste filme, eu tenho um personagem (Arlo, o dinossauro) que tem um vazio. Ele perdeu o pai. Mas ele não aceita. E tenta afastar o garoto (o Spot) o tempo todo, mas o garoto ignora", elabora Sohn. "E o filme tenta mostrar que algo positivo vai nascer desta perda. Eles dois são órfãos e se conectam de um jeito único".