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"Orgulho e Preconceito e Zumbis": Atriz diz por que Brasil vai adorar filme

James Cimino

Colaboração para o UOL, em Los Angeles (EUA)

25/02/2016 10h00

Se você torceu o nariz para o título de "Orgulho e Preconceito e Zumbis", que estreia nesta quinta-feira (25) em circuito nacional, se prepare para um dos filmes mais divertidos do ano.

Baseado no livro homônimo escrito por Seth Grahame-Smith --que por sua vez foi baseado no clássico de Jane Austen e filmado em 2005--, a nova versão da história, que já se tornou um best-seller nos Estados Unidos, ganhou as telas do cinema por sugestão da atriz Natalie Portman à produtora Allison Shearmur. E ela achou que fosse piada.

Todos os atores, quando convidados a fazer o filme, acharam que se tratava de uma brincadeira. A começar por Lily James ("Cinderella"), a protagonista Elizabeth Bennet. "Eu tenho que admitir que fui uma das primeiras a dizer: 'Acho que isso não é para mim'. Mas espero que as pessoas superem todo seu orgulho e preconceito e vão ver o filme."

A adaptação do romance de Jane Austen não despreza o texto original e ainda adiciona elementos de fantasia e de feminismo moderno à história. Se as personagens femininas do clássico de 1813 já tinham comportamento revolucionário à época, agora o que temos é uma epidemia de zumbis à Inglaterra vitoriana e exímias exterminadoras de mortos-vivos, treinadas pelo pai (Charles Dance, de "Game of Thrones") para sobreviver, mas que não escapam da mãe alcoviteira (Sally Phillips), que quer arrumar um bom partido para as filhas.

"Quando penso nas mulheres de Jane Austen, penso exatamente na forma como as representamos. São mulheres muito fortes, independentes e muito à frente de seu tempo, mas ao mesmo tempo totalmente reprimidas pela sociedade. E especialmente nesta interação com os zumbis elas podem expressar essa frustração fisicamente", diz Bella Heathcoat, que interpreta Jane Bennet no filme.

O Brasil vai adorar porque é o país que tem as mulheres mais sexy e fortes que eu conheço
Lily James

"Acho que já passou da hora de as mulheres serem representadas de forma fiel nos filmes", diz Lily James, "e um monte de meninas que eu conheço são fodonas, fortes e confiantes".

"Fora isso", complementa Bella, "é ótimo estar em um filme com mulheres fortes e em que a protagonista feminina é quem salva o mocinho".

"Na boa?", diz Lily James, "o Brasil vai adorar porque é o país que tem as mulheres mais sexy e fortes que eu conheço".

Elenco masculino

A opinião dela também encontra eco entre o elenco masculino do filme. Matt Smith (de "Doctor Who?"), que é namorado de Lily James, diz que consegue ver o público feminino brasileiro se apaixonando pelo filme. "As brasileiras que conheci, pelo menos, são muito donas de si, como as mulheres do filme", afirma o ator.

Smith é quem interpreta o personagem que, mesmo coadjuvante, rouba todas as cenas em que aparece --é dele o papel do atrapalhado e indefeso Parson Collins, que não tem o menor jeito no combate aos zumbis e que depende das habilidades das irmãs Bennet.

"Eu o construí tendo uma paixão secreta pelo Mr. Darcy [Sam Riley, de 'Malévola'] e fui adicionando elementos que o tornassem uma antítese ao protagonista." Por elementos, leia-se cacos de comédia que não estavam no texto, mas que o diretor Burr Steers resolveu, acertadamente, manter na edição.

É bom ressaltar que o resultado final de "Orgulho e Preconceito e Zumbis" --com fotografia, trilha sonora e direção de arte impecáveis-- só funciona graças ao elenco e a seu entrosamento. Os pares românticos têm química, inclusive fora da tela. Durante as entrevistas de lançamento do longa, em Los Angeles, era comum que os garotos e as garotas invadissem as entrevistas uns dos outros para falar bobagens e combinar o que fariam depois do trabalho.

E se mesmo depois disso tudo ainda houver qualquer ressalva contra a presença dos zumbis na história de Jane Austen, é bom saber que, assim como no romance, quem importa são os vivos.