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Feito para crianças, "Tartarugas Ninjas 2" diverte e não acaba em pizza

Felipe Branco Cruz

Do UOL, em São Paulo

15/06/2016 07h00

Depois de ter amargado um fiasco de crítica em 2014, a continuação “Tartarugas Ninja: Fora das Sombras” chega aos cinemas nesta quinta-feira (16) com a missão de consertar os erros do primeiro filme.

Para isso, o longa-metragem produzido por Michael Bay, da saga “Transformers”, acerta ao apresentar os tradicionais vilões das Tartarugas, mas que não apareceram no primeiro filme. Qualquer adulto que foi moleque nas décadas de 1980 e 1990, vai se lembrar de ver na TV as tartarugas lutando contra Krang em seu tecnodromo e dos capangas mutantes Bebop e Rocksteady, transformados por Destruidor em rinoceronte e javali, com ajuda do cientista-louco Baxter Stockman.

Do lado dos mocinhos, além de mostrar as tartarugas mais entrosadas, o enredo também apresenta Casey Jones, que ajuda os heróis com sua máscara e taco de hóquei, e April O'Neil mais uma vez interpretada por Megan Fox.

Os efeitos especiais impressionam, principalmente em 3D, influência direta de Michael Bay. Como, por exemplo, quando as Tartarugas saltam de um avião sem paraquedas, ou ainda quando enfrentam Bebop e Rocksteady em uma floresta tropical, caindo das Cataratas do Iguaçu, em uma improvável visita ao Brasil.

O Brasil, além das cenas na floresta amazônica, também está representado com a participação especial da modelo Alessandra Ambrósio e pela direção de fotografia de Lula Carvalho (de “Robocop” e “Tropa de Elite”).

Embora tenha em seus carismáticos personagens mutantes os pontos positivos, “Tartarugas Ninja: Fora das Sombras” errou novamente no simplório roteiro, pouco elaborado feito para agradar apenas as crianças.

No enredo, o vilão Destruidor e o cientista Baxter Stockman se aliam com o alien Krang para dominar a Terra. Porém no caminho deles estão os quatro irmãos Tartarugas Ninja, que parecem imbatíveis. Para combatê-los, eles transformam os mercenários Bebop e Rocksteady em um rinocerante e um javali mutantes. Daí em diante, o longa é uma imensa sequência de cenas de batalhas. 

Mas, convenhamos, não é fácil escrever um roteiro minimamente verossímil quando seus personagens principais são quatro tartarugas com nomes de pintores famosos (Leonardo, Michelangelo, Donatelo e Raphael), fanáticas por pizza e treinadas por um rato-ninja cujo o vilão maior é um cérebro que fala.

Assumidamente infantil, a continuação acerta em não se preocupar com esses “detalhes”, nem em se levar a sério demais, fisgando pelo coração os marmanjos e conquistando os mais novos com um deslumbre visual.

Mas não espere encontrar um filme coerente. O melhor a se fazer é deixar as lembranças da infância voltarem à mente e gritar junto: “cowabunga!”.