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Está tristíssimo com "Como Eu Era Antes de Você"? Jojo Moyes está bem feliz

Mariane Zendron

Do UOL, em São Paulo

16/06/2016 11h25

JoJo Moyes solta uma risada de satisfação ao ficar sabendo que muitas pessoas estão chorando de tristeza. A adaptação para o cinema de seu livro de sucesso, "Como eu Era Antes de Você", só chega aos cinemas nesta quinta (16), mas as reações no Twitter brasileiro sobre a pré-estreia já são de destruição: "Chorei largado", disse um internauta. "Tenho coração para isso, não", disse outra.

Atenção! Este texto contém spoilers que revelam detalhes sobre a história. Se não quiser saber, pare a leitura agora.

"Eu receio dizer que fico muito feliz ao saber disso", disse ela, ao UOL. " Hoje em dia temos uma sociedade fragmentada que experimenta coisas atrás das pequenas telas. Então é muito bom que as pessoas sintam coisas conjuntamente". "Como Eu Era Antes de Você" traz a história de amor nada convencional entre Louisa e Will. A jovem tem uma vida bem sem graça até começar a cuidar de um jovem que ficou tetraplégico após um acidente.

O sucesso dos romances trágicos

JoJo Moyes - Divulgação - Divulgação
JoJo Moyes, autora do sucesso "Como Eu Era Antes de Você"
Imagem: Divulgação

Também roteirista do filme, Moyes contou que não escreveu pensando em um público específico, mas a história é muito querida pelo jovens adultos, filão do mercado devorador de outras tragédias, como "A Culpa É das Estrelas" e "Se eu Ficar". "Eu não sei porque histórias tristes agradam tanto esse público. Acho que quando você é jovem, você começa a pensar o que significa ser humano, começa a pensar na finitude da vida. Eu não tenho certeza, mas é nessa fase que você percebe que as coisas podem dar errado. E os adolescentes são dramáticos, então a história tem apelos a eles", contou.

O sucesso de Jojo é inegável. Sua série de livros já vendeu mais de 8 milhões de exemplares no mundo todo, 800 mil só no Brasil, mas nem todo mundo está feliz. Em "Como eu Era Antes de Você", Will, mesmo apaixonado por Lou, opta pelo suicídio assistido por não querer passar o resto da vida imobilizado. Grupos ativistas dizem que o filme passa uma mensagem equivocada de que é melhor morrer que viver em uma cadeira de rodas.

Polêmica entre deficientes físicos

Moyes responde muito tranquilamente às críticas. "É um tópico muito controverso e eu entendo que as pessoas que tenham opinião forte sobre isso", contou. No entanto, ela diz que a história foi criada justamente a partir de um exercício de não fazer julgamentos sobre esse tipo de escolha. "Li nos jornais a história de um jovem atleta que decidiu pelo suicídio assistido depois de ficar tetraplégico. Para mim, foi muito chocante. Eu não conseguia entender por que ele tinha tomado a decisão e por que os pais haviam aceitado. Então, fiz o exercício de me colocar no lugar de cada um envolvido nessa história: o jovem, os pais, a pessoa tenta fazê-lo mudar de ideia".

Moyes também parece preparada para rebater a crítica de que a história pode esbarrar em questões feministas. A protagonista é uma menina sem objetivos. Não pensa no que realmente quer ou em explorar o mundo até conhecer Will. A autora diz que a história é sobre conexões, não sobre conhecer um cara que vai mudar sua vida. "Não importa se é um homem ou uma mulher. A história é sobre criar uma conexão que faz você acreditar em algo, que faz você ter fome de vida".

A química entre o casal protagonista, vivido por Emilia Clarke (a Khaleesi de "Game of Thrones") e Sam Claflin, dá conta dessa conexão intensa desse conto de fadas moderno. Para Moyes, é simples por que as pessoas gostam de contos de fadas até hoje. "Eu acho que a gente imagina com seria nossa vida em situações extremas. Isso faz parte de crescer. isso é construção de empatia, de se imaginar na pele de outras pessoas". 

Algumas reações de sofrimento no Twitter: