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Doença era "terrorista dentro do cérebro" de Robin Williams, diz viúva

Robin Williams e sua mulher Susan durante evento na Califórnia, em 2011 - REUTERS/Fred Prouser/Files
Robin Williams e sua mulher Susan durante evento na Califórnia, em 2011 Imagem: REUTERS/Fred Prouser/Files

Do UOL, em São Paulo

01/10/2016 09h27

A viúva do ator Robin Williams escreveu um longo depoimento detalhando a intensa luta travada pelo marido contra uma variedade de sintomas neurológicos e fisiológicos, que o levou ao suicídio em 2014.

Susan Williams deixou claro que o ator não agiu em plena sanidade. "Robin estava perdendo sua mente e ele estava ciente disso", afirmou, em um ensaio publicado na revista American Academy of Neurology, com o título “O terrorista dentro do cérebro do meu marido”.

"Você pode imaginar a dor que ele sentiu quando teve a experiência de estar se desintegrando? Nenhuma quantidade de inteligência ou amor poderia segurá-lo."

Ela ainda narra que os meses que antecederam sua morte foi marcada por uma maratona de exames, testes e consultas. "[Robin] ficava dizendo: 'Eu só quero reiniciar o meu cérebro’ (...) Um exame cerebral foi feito, à procura de um possível tumor na glândula pituitária, e seu cardiologista refez exames em seu coração.

Tudo deu negativo, exceto os níveis elevados de cortisol. Queríamos estar feliz com os resultados dos testes, mas Robin e eu tinha um profundo sentimento de que algo estava terrivelmente errado”.

"No dia 28 de maio, ele foi diagnosticado com a doença de Parkinson", ela continua. "Tivemos uma resposta. Meu coração se encheu de esperança. Mas de alguma forma eu sabia que Robin não estava aceitando."

Após sua morte, o resultado da autópsia diagnosticou que Williams tinha um transtorno pouco conhecido, mas mortal, conhecida como Demência com corpos de Lewy (DCL), um tipo de demência degenerativa intimamente associada à doença de Parkinson.

"Isso provavelmente causou a paranoia aguda e reações emocionais que não eram dele ", escreve Williams.

Susan termina seu depoimento com um apelo à comunidade neurológica: "Esperamos que a partir de nossa experiência vocês sejam inspirados para transformar o sofrimento de Robin em algo significativo através de seu trabalho e sabedoria", pede. "É minha convicção que quando a cura vier a partir da experiência de Robin, ele não terá lutado e morrido em vão."