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Namoro entre Fassbender e Vikander começou no set, em ilha isolada do mundo

Cena do filme "A Luz Entre Oceanos" - Divulgação - Divulgação
Cena do filme "A Luz Entre Oceanos"
Imagem: Divulgação

Carlos Helí de Almeida

Colaboração para o UOL, em Veneza (Itália)

03/11/2016 06h30

No final de uma tarde do verão europeu, em setembro passado, Alicia Vikander e Michael Fassbender atravessaram o tapete  vermelho do 73º Festival de Veneza sorridentes, de braços dados. Posaram para fotógrafos do mundo inteiro, distribuíram autógrafos e tiraram fotos com fãs que gritavam seus nomes do outro lado da grade de proteção. Era a primeira grande aparição pública dos dois como casal desde aquele rápido beijo trocado na cerimônia do Oscar deste ano, em fevereiro, em Los Angeles, que confirmou o namoro entre os atores.

Até ali, a atriz sueca, ganhadora do prêmio da Academia por seu papel em “A Garota Dinamarquesa” (2015), e o ator irlandês (de origem alemã), indicado ao prêmio por seu desempenho em “Steve Jobs”, haviam mantido o namoro longe dos olhares da imprensa e do público. A ocasião para abrirem o jogo sobre a relação não poderia ter sido mais simbólica: os dois estiveram no festival italiano para a estreia mundial de “A Luz Entre Oceanos”, de Derek Cianfrance, nos bastidores do qual se conheceram e começaram a namorar, que chegou aos cinemas brasileiros nesta quarta-feira (2).

Alicia Vikander beija Michael Fassbender - Todd Wawrychuk/A.M.P.A.S. - Todd Wawrychuk/A.M.P.A.S.
Imagem: Todd Wawrychuk/A.M.P.A.S.
Alicia Vikander e Michael Fassbender - Xinhua/Jin Yu - Xinhua/Jin Yu
No alto, o beijo no Oscar, em fevereiro; na foto inferior, no Festival de Veneza, em setembro, quando o casal assumiu publicamente o namoro
Imagem: Xinhua/Jin Yu

“Desde o início, tomamos uma decisão, definitiva, de não falarmos publicamente sobre nossa privacidade, e de sermos discretos em aparições públicas. Sempre tentei levar uma vida normal e não deixar que a fama interferisse na minha vida privada”, contou Fassbender em entrevista ao UOL em Veneza, ao justificar os cuidados que tem mantido para deixar a vida particular longe da curiosidade alheia. “A única parte boa da fama é que conseguimos uma mesa em um restaurante com mais facilidade”, diz, entre gargalhadas.

A seu lado, uma radiante Alicia faz coro: “Na verdade, a gente nunca realmente escondeu o nosso relacionamento. Só não falamos abertamente sobre ele ou nos expusemos em público como todos esperavam que fizéssemos. Acho legal a reação das pessoas quando nos reconhece na rua, mas também é importante para mim ser capaz de viver minha vida, que não é necessariamente só viajar com filmes e aparecer em festivais de cinema. Preciso criar condições para não ser alienada da convivência de outras pessoas mais próximas, com quem convivo e me importo”.

Isolamento

Não é a primeira vez (e provavelmente não será a última) que um filme serve de cenário para o nascimento de um romance – basta lembrar que Brad Pitt e Angelina Jolie, recém-separados, começaram a juntar os trapinhos nos bastidores de “Sr. & Sra. Smith” (2005). A história de amor entre Alicia e Fassbender, no entanto, não nasceu dentro de um set comum: “A Luz Entre Oceanos” foi inteiramente rodado na região em torno do histórico farol de Cabo Campbell, na ilha sul da Nova Zelândia, distante quase duas horas da cidade mais próxima.

Foram cinco semanas longe do conforto de hotéis e acesso à televisão e à internet, em temporada iniciada em setembro de 2014. O isolamento do lugar servia bem aos propósitos da história, ambientada nos anos que se seguiram à Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e centrada em um faroleiro e sua jovem esposa, que vivem na costa australiana. Mas também ajudou a criar o ambiente que permitiu a aproximação entre os dois astros de Hollywood.

Fassbender chegou a hesitar diante da proposta de Cianfrance. “Até por instinto, não costumo comer no mesmo lugar em que cago.  Depois de um dia de trabalho, preciso ir para um lugar neutro e recarregar as energias. Ainda mais tendo que lidar com emoções tão intensas”, confessa o ator de 39 anos, vencedor do prêmio de melhor ator do Festival de Veneza por “Shame” (2011), de Steve McQueen. “Mas eu disse ao Derek: ‘Ok, vamos tentar, por algum tempo. Caso a gente se sinta bem por lá, ficamos. E acabou dando certo”.

Alicia demonstrou menos reservas diante da ideia de passar tanto tempo fora de casa, longe da civilização. “Encarei com muita humildade essa chance que o Derek nos deu de viver em um lugar tão belo, isolado de tudo. Era uma forma de vivermos mais intensamente o trabalho”, observa a atriz de 28 anos, que começou a chamar a atenção em filmes como “O Amante da Rainha” (2012) e “Anna Karenina” (2012). “No final das contas, foi como criar uma comunidade própria. Quando não estávamos filmando, tocávamos música, fazíamos churrascos, essas coisas”.

Ritmo intenso

O casal tem atravessado um ritmo intenso de trabalho. Até o ano que vem, Fassbender ainda será visto como o protagonista de “Assassin’s Creed”, de Justin Kurzel, “Trespassing Against US”, de Adam Smith, “Weightless”, de Terrence Malick, “Prometheus 2”, de Ridley Scott, e “The Snowman”, de Tomas Alfredson. “Ainda sinto fome de trabalho, tenho muita energia para fazer um filme atrás do outro. Quando encontro um projeto com texto excepcional, não resisto, boto o melhor de mim no trabalho. Mas não vou continuar nesse ritmo por muito tempo”, avisa.

O Oscar conquistado com “A Garota Dinamarquesa” só aumentou o cacife de Alicia, que em 2017 lançará “Submergence”, de Wim Wenders, “Euphoria”, de Lisa Langseth, e “Tulip Fever”, de Justin Chadwick, além de já estar trabalhando como Lara Croft para o novo filme da série "Tomb Raider". "Sou muito grata por ter conseguido bons papéis em filmes excepcionais ainda tão cedo. A profissão pode ser frustrante, particularmente para a mulher. Se você não acontece até os 25 anos, é quase impossível ser bem-sucedida na carreira", reconhece a atriz.

Alicia começou no teatro em Goteborg, sua cidade natal, e foi bailarina do Royal Ballet de Estocolmo, antes de atuar em curtas-metragens e participar de séries de TV suecas. “Sai de casa aos 15 anos para viver sozinha e  pagar as minhas contas com o meu trabalho. Agora tenho idade e experiência de vida que me garantem as oportunidades que estão surgindo neste momento. Acho que, nesse contexto, foi ótimo trabalhar junto com o Michael, porque um alimenta, estimula  e apoia o outro. Somos solidários em um set”.