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Oliver Stone no Brasil: "O que fizeram com Dilma é a definição de um golpe"

"Snowden" - Divulgação - Divulgação
Joseph Gordon-Levitt como Edward Snowden no filme de Oliver Stone
Imagem: Divulgação

Maurício Stycer

Do UOL, em São Paulo

08/11/2016 13h41

Em visita a São Paulo, para promover o lançamento de "Snowden - Herói ou Traidor", o cineasta Oliver Stone comentou o processo de impeachment que levou ao afastamento da presidente Dilma Rousseff. "É, verdadeiramente, a definição de um golpe de Estado. E os Estados Unidos apoiaram. Eles reconheceram o novo governo imediatamente", disse ele, em entrevista exclusiva ao UOL.

O filme, que estreia nesta quinta-feira (10) nos cinemas brasileiros, conta a história de Edward Snowden (Joseph Gordon-Levitt), o servidor da NSA (Agência de Segurança Nacional) dos EUA que decidiu, em 2013, deixar o serviço e revelar a extensão do programa de vigilância do governo aos jornalistas Glenn Greenwald (Zachary Quinto) e Ewen MacAskill (Tom Wilkinson), além da cineasta Laura Poitras (Melissa Leo).

Os vazamentos mostraram que a NSA não estava apenas rastreando terroristas, mas vigiando líderes mundiais, como a então presidente Dilma, e grandes corporações, como a Petrobras.

Na entrevista ao UOL, concedida em um hotel em São Paulo na última segunda-feira (7), Stone fala sobre as dificuldades para realizar o filme, sem apoio de nenhuma grande empresa norte-americana, bem como sobre a importância do trabalho de Snowden.

O diretor de filmes como "Wall Street" (1987), "JFK - A Pergunta que Não Quer Calar" (1991) e "Platoon" (1986) é conhecido pelo seu engajamento político. Admirador de líderes políticos de esquerda na América Latina, como Fidel Castro, Chávez e Lula, Stone retratou as mudanças ocorridas nestes países nos filmes "South of the Border" (2009) e "Mi Amigo Hugo" (2014).