"Velhinhos" da Academia veem frescor em "Pequeno Segredo", diz diretor
"Pequeno Segredo" finalmente estreia no Brasil nesta quinta-feira (10), após a polêmica em torno de sua pré-candidatura ao Oscar. Em Los Angeles, onde a campanha para a Academia está centrada, o longa tem encontrado a maré favorável.
Disputando a vaga com "Aquarius", que coleciona resenhas positivas desde sua passagem no Festival de Cannes, em maio, "Pequeno Segredo" se beneficiou do perfil dos votantes da Academia, que, segundo o diretor David Schurmann, ainda é de "velhinhos".
"Estive lá [em Los Angeles] na semana passada e percebi que a média de idade dos votantes da primeira fase, que não é toda a Academia, é de 65 anos. Quem tem tempo de assistir os 85 filmes dentro desse 1 mês são justamente aqueles que não trabalham mais", explica.
O retorno, segundo ele, tem sido melhor que a expectativa. "Eles dizem que estão cansados de ver filmes pesados. [Pequeno Segredo] está sendo visto com frescor, porque é um filme de esperança".
A comissão responsável por escolher o filme que representa o Brasil no Oscar foi criticada por sustentar a ideia da "terceira idade" entre os membros da Academia. Para eles, "Pequeno Segredo" tem mais "a cara da Academia".
O filme aborda a história real de Heloísa e Vilfredo Schurmann, que após anos cruzando o mundo a bordo de um veleiro, acabam adotando Kat, filha de uma brasileira com um neozelandês, que nasce com o vírus HIV.
"Eles acham que descobriram o filme, que não foi Cannes [que descobriu]. Acho que foi estratégica [a escolha da comissão]. Eu entendi porque eles escolheram", conta David, diretor, filho do casal e testemunha ocular da história.
Primeira sessão
Mas outra sessão também causou emoção na semana passada. Os protagonistas da história real fugiram da Cidade do Cabo, na África do Sul, onde empreendem mais uma expedição, para assistir ao filme pela primeira vez.
As memórias vieram com peso maior após a projeção, principalmente com a presença da estreante Mariana Goulart no papel da pequena Kat. "A Mariana, quando a assisti logo na primeira cena com ela, me fez emocionei muito", conta Heloísa.
Sem nenhum filme no currículo, Goulart, 14, diz que tentou trazer a personagem de volta à vida. "Tentei, do fundo do meu coração, vivê-la. Eu tentei, porque eu não conseguiria passar por tudo que ela passou", conta a estreante.
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