Com Santoro, "Ben-Hur" levou MGM a prejuízo de US$ 48 milhões no trimestre

O remake do longa “Ben-Hur”, em que o brasileiro Rodrigo Santoro interpreta Jesus Cristo, virou uma enorme dor de cabeça para a MGM. O épico dirigido por Timur Bekmambetov e estrelado por Jack Huston, uma das grandes apostas do estúdio em 2016, resultou em um prejuízo de US$ 48 milhões para a companhia no terceiro trimestre deste ano.

Segundo a imprensa internacional, essa informação foi confirmada e repassada a investidores em seu relatório trimestral nesta semana. "Nossos resultados no terceiro trimestre foram impactados negativamente por conta do desempenho insuficiente substancial de Ben-Hur", disse o presidente da MGM, Gary Barber, em reunião.

Enquanto a receita bruta da MGM, estúdio de cinema e TV, aumentou mais de 41% em relação ao terceiro trimestre de 2015, para US$ 299 milhões, a receita líquida caiu de US$ 124 milhões para apenas US$ 12 milhões.

O estúdio, no entanto, também atribui esse declínio acentuado de receita a um benefício fiscal concedido no mesmo período de 2015. Mas o resultado surpreendeu negativamente.

Orçado em US$ 100 milhões, “Ben-Hur” arrecadou apenas US$ 94 milhões no mundo, número muito abaixo da expectativa do estúdio e de seus investidores.

Incluindo custos de marketing e a divisão dos lucros com os cinemas, calcula-se que um filme precisa render três vezes o custo de produção para ser considerado lucrativo.

A maior parte do rombo causado por "Ben-Hur" ficará com a MGM, que bancou 80% do orçamento e a maior parte dos gastos com divulgação. A MGM já avisou acionistas que terá de reduzir as expectativas de lucro para 2016.

O resultado negativo, no entanto, deve começar a ser atenuado no quatro trimestre com outro remake, de “Sete Homens e um Destino”, que estreou em 23 de setembro nos e EUA e faturou mais de US$ 160 milhões no mundo.

História diferente

Lançado em agosto nos EUA, “Ben-Hur” é baseado na obra "Ben-Hur: Uma História do Cristo", Lew Wallace, que já foi transposta para os cinemas em 1925 e 1959.

A segunda versão, dirigida por William Wyler e protagonizada por Charlton Heston, é um considerada um dos maiores clássicos da história do cinema, vencedor de recordes 11 estatuetas do Oscar.

No filme com Rodrigo Santoro, a trama é focada no período anterior à tomada de Jerusalém pelo Império Romano, mostrando os primeiros anos da vida do protagonista Judah Ben-Hur (Jack Huston).

Pouco explorado nos longas anteriores, Jesus Cristo ganhou um enredo paralelo, incluindo a dramática passagem em que é condenado por Pôncio Pilatos e crucificado.

No elenco do novo filme, que foi visto por mais de 1,3 milhão de pessoas no Brasil, também estão Pedro Pascal, Olivia Cooke e Ayelet Zurer.