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Dez motivos para ver os filmes que lideram a disputa ao Globo de Ouro

Do UOL, em São Paulo

13/12/2016 07h00

O musical "La La Land" e o drama gay "Moonlight" despontaram como líderes de indicações para o Globo de Ouro 2017, que anunciou suas indicações na segunda-feira (12). O primeiro concorre em 7 categorias e o segundo disputa em 6.

"La La Land" estreia no Brasil em 19 de janeiro, onze dias depois da cerimônia de premiação da 74ª edição do Globo de Ouro. "Moonlight" ainda não tem previsão de lançamento por aqui. Mas o cenário deve mudar em breve, já que o filme com elenco 100% negro tem sido apontado pela crítica como "o melhor do ano".

Com os dois títulos ainda inéditos no Brasil, listamos os cinco pontos altos de cada uma das produções com base nas opiniões daqueles que tiveram a chance de assistir aos filmes antes do grande público.

Entenda por que você vai querer ir ao cinema para ver duas histórias tão diferentes.

"Moonlight" 
Mahershala Ali - Reprodução - Reprodução
O ator Mahershala Ali ensinou o estreante Alex R. Hibbert a nadar durante o filme
Imagem: Reprodução

Baseado em uma peça de teatro, o filme conta a história de um menino chamado Chiron que vive em um bairro pobre da Miami dos anos 80. Negro, filho de uma mãe viciada em drogas e vítima de bullying na escola, ele vai descobrindo a si mesmo e se descobrindo gay em um mundo que se recusa a aceitá-lo.

É diferente de tudo o que você já viu

Um dos principais pontos destacados de forma quase unânime pelos críticos é a sensibilidade do diretor (Barry Jenkins) para contar uma história de tanto sofrimento com abordagem tão diferenciada de tudo o que já foi visto no cinema.

"'Moonlight' habita na dignidade, beleza e terrível vulnerabilidade de corpos negros, na existência e na importância física de vidas negras. Ele não gereraliza. Ele ‘empatiza’", diz a crítica do New York Times sobre a capacidade de Jenkins de compreender emocionalmente os seus personagens.

"Comparações com outros filmes, sobre outros tipos de pessoas, o diminuem. Pelas duas horas que você vai assistir, 'Moonlight' parece ser o único filme já feito", destaca o Boston Globe.

"O público vai ver um filme perfeito, um exemplo de riqueza não apenas na estética de um meio que já é visualmente rico, mas na capacidade de empatia e compaixão que faz lembrar uma das principais razões que nos levam ao cinema: para ser tocado, para abrir nossas mentes e para quem sabe se sentir mudado permanentemente", elogia o The Washington Post

Toca o coração em momento de intolerância

"Moonlight" é "um trabalho que desconstrói todas as nossas visões sobre um jovem negro e coloca no lugar delas uma série de verdades íntimas. Você vai sair do cinema sentindo-se atordoado, mais completo, um pouco mais limpo", aponta o Boston Globe. A crítica ainda destaca a ironia de o menino encontrar a estabilidade e apoio que precisava em um traficante de drogas e o carinho e afeto que não recebe por parte de sua mãe biológia nos braços da namorada do traficante. 

"O drama indie, coproduzido por Brad Pitt, aborda temas como racismo, sexualidade e solidão de formas raramente vistas no cinema. E seus momentos mais singelos são os mais poderosos", destaca a crítica da US Magazine.

Tem Caetano Veloso na trilha sonora

“Cucurrucucu Paloma”, na voz de Caetano Veloso, está na trilha sonora de “Moonlight”. A música, que é originalmente mexicana, também já apareceu no filme “Fale Com Ela” (2002), de Pedro Almodóvar, interpretada pelo brasileiro. "A música – hip-hop, R&B, seleções inteligentes de música clássica – são surpreendentes e perfeitas", escreveu o crítico do New York Times.

Mostra uma Miami diferente

Ambientado nos anos 80, auge do tráfico de crack em Miami, o filme mostra uma parte da cidade bem diferente daquela idealizada pelos turistas brasileiros que adoram explorar o litoral da Flórida. O menino Chiron cresce no bairro pobre de Liberty City. Em 2012, a cidade balneário que é queridinha dos brasileiros e porta de entrada de imigrantes chegou a ser apontada pela revista Forbes como "a mais miserável dos Estados Unidos". Este lado mais sombrio pode ser visto em "Moonlight" ao mesmo tempo que a elogiada fotografia do filme destaca as belezas naturais.

É a estreia de um bom ator

É o filme de estreia do elogiado Alex R. Hibbert, de 12 anos, chamado de "wide-eyed boy" (algo como garoto de olhos expressivos) pelo New York Times. "Chiron sabe que ele é uma 'bichinha', só não sabe o que isso significa", destaca a crítica sobre o ator vivendo a primeira fase do personagem, que tem sua vida dividida em três capítulos durante o filme. Em uma das cenas mais singelas e marcantes, Alex aprende a nadar de verdade conduzido pelo ator Mahershala Ali, que no filme interpreta o traficante Juan. A informação foi revelada pelo diretor de "Moonlight" em um vídeo produzido para o mesmo jornal.

"La La Land: Cantando Estações" 
Ryan Gosling e Emma Stone - Reprodução - Reprodução
Ryan Gosling e Emma Stone são Sebastian e Mia, os protagonistas do musical
Imagem: Reprodução

O musical acompanha um pianista de jazz (Ryan Gosling) e uma atriz iniciante (Emma Stone) que se conhecem ao chegar em Los Angeles e se apaixonam perdidamente, mas têm dificuldades para fazer o relacionamento funcionar enquanto buscam o sucesso.

Tem Ryan Gosling e Emma Stone

A dupla de protagonistas de "La La Land" já é um ótimo motivo para te levar do sofá de casa para a poltrona do cinema. E a sintonia entre eles é o que dá ainda mais charme ao musical que retoma os elementos da era de ouro do gênero em Hollywood mesmo sem ser um filme de época. O New York Times destaca a faceta de um romance bonito, mas complexo e real, e não de conto de fadas, criado pelo diretor Damien Chazelle.

Traz beleza ao cotidiano

Uma das cenas mais comentadas nas críticas é o plano-sequência de abertura do filme, que traz uma cantoria coletiva em meio ao trânsito caótico de Los Angeles. Uma boa sacada do diretor Damien Chazelle de colocar beleza e romance em uma cena fria e chata do cotidiano de tantas metrópoles. Chazelle transforma a cacofonia das buzinas, músicas nos rádios, e o barulho dos teclados de celulares em algo inesperadamente lírico e poético", destaca a revista Entertaiment Weekly. A fotografia que realça as cores é outro ponto alto da produção. 

É um musical, mas poderia ser...

"'La La Land' funciona bem tanto como uma fantasia efervescente ou uma fábula 'cabeçuda' e também como uma comédia romântica ou um popular melodrama. É um trabalho de subilme astúcia e com uma autenticidade tocante", destaca a crítica do New York Times sobre a versatilidade do filme.

É diferente das adaptações da Broadway

"'La La Land' é o anti-qualquer coisa que os outros musicais sejam. É mais intimista e pessoal e afetivo... É mais mágico. Meu conselho é assistir 'La La Land' e se render a ele. Vai te fazer sentir como se estivesse andando sobre as nuvens também", elogiou o crítico da Entertainment Weekly. Para a Rolling Stone "'La La Land' não faz nada menos que sacudir os musicais para a realidade do século 21."

Tem um jovem e promissor diretor

O nome de Damien Chazelle é mais citado até mesmo que os de Emma Stone e Ryan Gosling nas críticas. Nomeado a 5 Oscar e vencedor de 3 com "Whiplash: Em Busca da Perfeição", em 2015, o elogiadíssimo diretor tem apenas 31 anos. Ele assina a direção e roteiro dos dois filmes. 

"Há filmes mais sérios lançados neste ano, produzidos para balançar nossa consciência ('O Nascimento de Uma Nação'), ou dar um baque em nossos corações ('Moonlight'). Mas o que faz 'La La Land' um milagre tão belo é a paixão pelo cinema e as possibilidades que se irradiam a cada tomada", aponta a Rolling Stone.