Oscar não tão branco: Lista de indicados bate recorde de diversidade
O Oscar 2017 não está mais tão branco assim. Após a campanha “Oscar so White” [Oscar tão branco] jogar luz na ausência de negros entre os indicados nas edições anteriores da premiação, os profissionais não-brancos ganharam o maior número de indicações desde pelo menos 2007.
Pela primeira vez na história da premiação, três atrizes negras concorrem ao prêmio de coadjuvante: Viola Davis (“Um Limite Entre Nós”), Naomie Harris (“Moonlight: Sob a Luz do Luar”) e Octavia Spencer (“Estrelas Além do Tempo”).
Até Ruth Negga, de “Loving”, que aparecia na lista de apostas como uma opção secundária, conquistou uma indicação ao prêmio principal de atriz. Uma mudança e tanto em comparação com os últimos dois anos, em que todos os indicados nas categorias de atuação eram brancos.
Diretor e protagonista de “Um Limite Entre Nós”, drama sobre um jogador de beisebol aposentado que se torna catador de lixo, Denzel Washington foi indicado ao prêmio de ator, ao lado do britânico Dev Patel ("Lion - Uma Jornada Para Casa”), de ascendência indiana. Assim, Washigton se torna o ator negro com maior número de indicações.
É também inédita a indicação de três profissionais negros na categoria roteiro adaptado: August Wilson por “Um Limite Entre Nós” e Barry Jenkins e Tarell McCraney por “Moonlight: Sob a Luz do Luar”. O recorde anterior era de 1972, quando dois roteiristas negros conseguiram indicações: Suzanne de Plasse para “O Ocaso de uma Estrela" e Lonne Elder III por "Sounder - Lágrimas de Esperança".
“Moonlight” ainda deu a Mahershala Ali ("House of Cards", "Luke Cage") indicação para ator coadjuvante, e fez com que Barry Jenkins se tornasse o quarto diretor negro a ganhar uma indicação em direção, sendo o único na história a emplacar indicações em filme, direção e roteiro.
Outra primeira vez aconteceu em montagem, com Joi McMillon se tornando a primeira mulher negra a receber uma indicação na categoria, ao lado de Nat Sanders, com quem assina "Moonlight".
Com oito indicações, “Moonlight”, com elenco todo negro, é o único a bater de frente com o franco favorito “La La Land - Cantando Estações” na categoria principal de melhor filme, que ainda conta com o drama “Um Limite Entre Nós”, o multiétnico “Lion - Uma Jornada Para Casa” e o hit da temporada nos Estados Unidos, “Estrelas Além do Tempo”, sobre uma equipe de cientistas da Nasa formada exclusivamente por mulheres afro-americanas.
Na categoria de documentário, mais um recorde, com quatro documentaristas negros: Ava DuVernay (“A 13ª Emenda”), Raoul Peck ("Eu Não Sou Seu Negro"), Ezra Edelman ("O.J.: Made in America") e Roger Ross Williams ("Life, Animated").
Uma nova cara
Em janeiro de 2016, a atual presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs, a única afro-americana na diretoria de 51 membros, propôs uma série de mudanças ao regulamento para mudar o rosto esmagadoramente branco, masculino e velho do corpo de votantes.
Em junho, 25 a 30% dos convites para novos membros foram feitos a mulheres – entre elas, a cineasta brasileira Anna Muylaert -- e cerca de 15% para pessoas não-brancas. Resta saber se todo esse esforço também mudará o perfil dos vencedores.
A cerimônia, marcada para 26 de fevereiro de 2017, será realizada no Teatro Dolby, em Los Angeles, Califórnia, com apresentação do comediante Jimmy Fallon.
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