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Minions, heróis, Trolls... Cinema é motor que move indústria de brinquedos

Bonecas da Mulher-Maravilha, que ganha seu primeiro filme solo, na Feira de Brinquedos de Nova York  - Stephanie Keith/Reuters
Bonecas da Mulher-Maravilha, que ganha seu primeiro filme solo, na Feira de Brinquedos de Nova York Imagem: Stephanie Keith/Reuters

Kim Bhasin

Bloomberg

02/03/2017 12h45

Três gigantescos minions amarelos iam de um lado para o outro na Feira de Brinquedos de Nova York na semana passada, posando para fotos com crianças em uma chamativa promoção ligada ao próximo filme da série "Meu Malvado Favorito".

Bonecos e bichinhos de pelúcia de minions eram exibidos ao lado de minions dançantes e pacotes misteriosos de minions. As crianças brincavam animadamente com minions movidos a controle remoto que esbarravam uns contra os outros no chão.

Esta é a maior linha de brinquedos dessa série já lançada e chegará às lojas junto com o terceiro filme de animação estrelado por Steve Carell, que faz a cômica voz do ex-supervilão que se tornou uma boa pessoa. Nos outros lugares do salão, a Universal Pictures exibia o restante de sua linha de brinquedos, que inclui carros e bonecos articulados de "Velozes & Furiosos", miniaturas de "A Múmia" e coloridos Trolls com cabelos fulgurantes.

Um ano comum tem sete ou oito filmes com brinquedos vinculados a eles. Neste ano, há cerca de 25 – um número inédito para a indústria de brinquedos, avaliada em US$ 20 bilhões. Entre eles, três títulos da Marvel Comics, dois filmes Lego, dois filmes da DC Comics, "Carros 3", outro "Piratas do Caribe", mais um "Transformers", um novo "Smurfs" e a refilmagem com atores de "A Bela e a Fera".

Brinquedos do filme "Carros 3" expostos na Feira de Brinquedos de Nova York - Stephanie Keith/Reuters - Stephanie Keith/Reuters
Brinquedos do filme "Carros 3" expostos na Feira de Brinquedos de Nova York
Imagem: Stephanie Keith/Reuters
"Os estúdios cinematográficos estão liderando o ataque", disse Jim Silver, veterano da indústria de brinquedos que administra o site Time to Play. "Fazer filmes voltados para a família – que as crianças queiram encenar em casa – [está] se tornando uma grande fonte de receita."

Antigamente, a Walt Disney era a líder em criar brinquedos a partir de filmes, extraindo dinheiro de franquias lucrativas como Princesas da Disney, Marvel e, atualmente, "Star Wars". Seus filmes da Pixar há tempos se saem bem com brinquedos. Agora, Warner Bros., Universal, Fox e outras companhias estão entrando na onda – com certa ajuda da mestra.

Executivos capacitados nas artes de merchandising da Disney podem ser encontrados nos altos escalões desses outros estúdios. Em 2014, a Universal contratou o ex-diretor global de brinquedos da Disney Vince Klaseus para administrar seu departamento de produtos de consumo e jogos. No ano passado, a Warner Bros. colocou a ex-executiva da Disney Pam Lifford na direção de suas operações de produtos de consumo e nomeou a ex-diretora de moda e decoração da Disney, Soo Koo, como diretora de criação. Em janeiro deste ano, a Fox contratou Jim Fielding, veterano da Disney, para comandar os produtos de consumo para a 20th Century Fox.

A saraivada de brinquedos licenciados deste ano é tal que a Associação da Indústria de Brinquedos dos EUA acrescentou "loucura por filmes" como uma de suas tendências de 2017, uma lista de tópicos que definem o setor divulgada todos os anos durante a feira de brinquedos. "[Este] é um grande ano para os filmes para toda a família", disse Adrienne Appell, porta-voz da associação. Como muitos filmes serão lançados no começo do ano, isso poderia dar um impulso às vendas de brinquedos antes da temporada das festas, acrescentou ela. "A maioria das vendas de brinquedos ocorre no quarto trimestre, mas o lançamento de um filme antes disso poderia conduzir as pessoas ao corredor dos brinquedos", disse ela.

Um grande filme também pode dar um impulso à indústria de brinquedos licenciados como um todo. Ano após ano, eles respondem por aproximadamente 30 por cento do total das vendas de brinquedos, de acordo com a empresa de pesquisa de mercado NPD. Quando "Star Wars: O Despertar da Força" foi lançado em 2015, no entanto, os brinquedos licenciados representaram 31,3 por cento do setor. No ano seguinte, essa proporção caiu para 29,6 por cento.