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"Walking Dead" termina seu 7º ano com demora épica e 20 minutos de ação

Sasha confronta Negan em cena do episódio final da sétima temporada de "The Walking Dead" - Reprodução/AMC
Sasha confronta Negan em cena do episódio final da sétima temporada de "The Walking Dead" Imagem: Reprodução/AMC

Natália Guaratto

Do UOL, em São Paulo

03/04/2017 00h07

ALERTA DE SPOILERS: NÃO LEIA SE NÃO QUISER SABER DETALHES DO 16º EPISÓDIO DA 7ª TEMPORADA DE "THE WALKING DEAD"

Exibido neste domingo (2) pela Fox, o episódio “O Primeiro Dia do Resto da Sua Vida”, que encerrou o arrastado sétimo ano de "The Walking Dead", tinha como objetivo estabelecer a guerra entre Alexandria e os Salvadores. Com uma hora de duração, o capítulo teve momentos bons, mas, em vista da “conclusão incrível” anunciada pelos produtores, ficou longe de ser ótimo.

Se teve algo de épico foi a enrolação. A espera para que alguma ação começasse a acontecer no episódio foi longa. Além da despedida de Sasha, mereciam uma versão mais resumida a tentativa de paz promovida por Eugene (Josh McDermitt), a traição de Jadis (Pollyanna McIntosh) e o recrutamento de Dwight (Austin Amelio) para o "lado bom".

O "esquenta" para a grande batalha tomou tempo, e o encerramento grandioso teve que caber nos 20 minutos finais.

A missão suicida de Sasha

Sasha e Negan - Reprodução/AMC - Reprodução/AMC
Negan é atacado pela versão zumbificada de Sasha no último episódio da 7ª temporada de "The Walking Dead"
Imagem: Reprodução/AMC

Essencialmente uma série de drama, “The Walking Dead” se alongou (por volta de 40 minutos) em diálogos que não conseguiram emocionar. Foi no mínimo desnecessário todo o meloso flashback envolvendo Abraham (Michael Cudltz) e Sasha (Sonequa Martin-Green). Afinal, eles não tinham acabado de virar um casal quando o ex-militar foi morto por Negan (Jeffrey Dean Morgan)?

Além disso, a longa despedida de Sasha pareceu maior que sua importância na trama. Apesar de ter executado um papel importante na primeira vitória de Rick (Andrew Lincoln) contra Negan, a personagem era apenas uma boa coadjuvante.

O modo como ela morreu – engolindo uma pílula de veneno fabricada por Eugene -- já pode entrar para o hall de planos mais ineficientes de toda a história de “The Walking Dead”. Será que Sasha precisava mesmo se transformar em zumbi para cometer um assassinato? Vale lembrar que ela era uma das sobreviventes mais habilidosas de Alexandria, além de ótima atiradora. Se a missão era suicida de qualquer maneira, não teria sido mais esperto fazer um ataque consciente? Fica a dúvida.

Uma tigresa e alguns clichês

Walking Dead Shiva  - Reprodução/AMC  - Reprodução/AMC
Shiva ataca os Salvadores no episódio final da sétima temporada de "The Walking Dead"
Imagem: Reprodução/AMC

Foi só depois de mais de meia hora de episódio que os fãs puderam desfrutar de alguns momentos recompensadores. A estreia de Shiva como arma viva foi no mínimo eletrizante. Num ataque surpresa, a tigresa de estimação de Ezekiel (Khary Payton) derrubou um dos Salvadores bem quando Negan estava prestes a esmigalhar a cabeça de Carl (Chandler Riggs) com o taco de beisebol Lucille.

Embalada por uma trilha sonora heroica, a batalha ainda reuniu todos os clichês que os fãs de "The Walking Dead" adoram ver. Teve Carol (Melissa McBride) abatendo os inimigos com a mesma facilidade de quem faz biscoitos, teve Maggie (Lauren Cohan), grávida, acertando headshots inacreditáveis, e teve Rick com o costumeiro "sangue no olho" repetindo que sim, vai matar Negan, não importa quanto tempo isso levar.

Mais Negan, por favor?

Walking Dead - Reprodução/AMC - Reprodução/AMC
Negan ameaça Carl e Rick no último episódio da sétima temporada de "The Walking Dead"
Imagem: Reprodução/AMC

Do que adianta ter o melhor vilão do entretenimento atual se ele não aparece em metade dos episódios da temporada?

Nesse season finale, Dean Morgan pôde mostrar outra faceta de Negan, já que pela primeira vez desde sua chegada na trama, as coisas deram errado. Foi interessante ver o personagem perder momentaneamente a pose após ser atacado pela zumbi Sasha e também a incredulidade com a tigresa Shiva.

Episódios focados em Negan têm salvado a audiência decadente da atração. O líder dos Salvadores ainda é a melhor coisa de "The Walking Dead" e um divertido --senão o único motivo-- para continuar a ser fã.