Roteirista de "13 Reasons" defende decisão de mostrar suicídio na série
“13 Reasons Why” se tornou alvo de controvérsia nas última semanas por conta da cena explícita que retrata o suicídio da protagonista Hannah Baker, interpretada por Katherine Langlord. E um dos roteiristas da produção saiu em defesa dela em uma carta aberta publicada pela revista “Vanity Fair” na última quarta-feira (19).
O escritor Nic Sheff, que teve problemas com vício e tentou tirar a própria vida no passado, contou que sua vivência contribuiu na decisão de mostrar a morte de Hannah: “Parecia a oportunidade perfeita para mostrar como o suicídio realmente é, para acabar com esse mito do adormecimento silencioso, para fazer os espectadores encararem a realidade do que acontece quando você pula de um prédio em chamas para algo muito, muito pior”.
“Parece esmagadoramente que a coisa mais irresponsável que poderíamos ter feito seria não mostrar nada da morte”, escreveu Sheff. “Nos Alcoólicos Anônimos, eles chamam isso de rodar a fita: encorajar os alcoólicos a realmente pensar, em detalhes, na exata sequência de eventos que vai acontecer se eles recaírem. É a mesma coisa com o suicídio. Rodar a fita até o fim é perceber que o suicídio não é, de forma alguma, um alívio – é um horror agonizante, gritante”.
O roteirista afirmou que as discussões sobre o tema representam “um progresso” e lembrou o slogan “silêncio igual a morte”, que se tornou popular nos anos 1980, durante a epidemia de AIDS no mundo. “Quando se fala de suicídio, acredito que a mensagem deve ser a mesma. Encarar esses assuntos de frente – falando sobre eles, sendo franco – será sempre a nossa melhor defesa contra a perda de mais uma vida”.
Ao fim, ele escreveu que ainda acredita que a série tomou a decisão certa. “Há muitos motivos pelos quais eu tenho orgulho de ter trabalhado em ’13 Reasons Why’. Mas o que me deixa mais orgulhoso, honestamente, é a forma como decidimos retratar o suicídio de Hannah, a forma como Bryan Yorkey o escreveu e Kyle Alvarez o dirigiu. Eu apoio 100% o que fizemos. Sei que foi correto, porque a minha própria vida foi salva quando a verdade sobre o suicídio foi exposta para mim em todo o seu horror – e realidade”.
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