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Do luxo ao lixo: Nova série da Netflix, "Girlboss" não é só para meninas

Renata Nogueira

Do UOL, em São Paulo

21/04/2017 04h00

Que tal aproveitar o feriado para começar mais uma série nova? Chega nesta sexta-feira (21) à Netflix todos os 13 episódios da série original "Girlboss", baseada na trajetória da empresária Sophia Amoruso.

Ao contrário do que o título possa sugerir, a série não é só para garotas e muito menos corporativa. O caminho da menina que comia pão do lixo até construir um império da moda surge como metáfora perfeita de como entrar na vida adulta mesmo sem querer. E sem trocadilho nenhum para a expressão "do luxo ao lixo". Ou melhor, do lixo ao luxo.

Sophia Amoruso é a criadora da Nasty Gal, comércio de roupas que surgiu como uma conta no e-Bay, virou loja online e chegou a ter dois espaços físicas em pontos disputados de Los Angeles. Tudo isso em apenas sete anos. E apesar de a Nasty Gal ter entrado com um pedido de falência no final de 2016, "Girlboss" é baseada no livro best-seller homônimo lançado por Sophia Amoruso em 2014, quando ela ainda estava no auge.

Com a atriz Britt Robertson no papel da protagonista, "Girlboss" pode parecer 1970 para os desavisados, mas tudo começa em 2006. Sophia está em San Francisco pulando de emprego em emprego até descobrir o que quer da vida: garimpar roupas em brechós e revender na internet depois de um toque de produção.

Apesar de ter um celular e o entorno deixar claro que estamos, sim, nos anos 2000, o visual da moça de 20 e poucos anos parece ter parado na década da disco music, enquanto seu carro escolheu a década seguinte, os anos 1980. É o começo do movimento hispter nos Estados Unidos, que hoje domina a região da costa Noroeste do país.

"Girlboss" - Divulgação - Divulgação
"Girlboss" não quer te ensinar a ganhar dinheiro, mas a não virar um adulto chato
Imagem: Divulgação

Trilha sonora para prestar atenção

A trilha sonora que acompanha as aventuras e tragédias de Sophia Amoruso também passeia pelas décadas. As músicas vão do soul de Otis Redding, passando pelo poder feminino de Betty Davis --sua música "Nasty Gal" é a origem do nome da loja de Sophia-- até o punk rock da banda feminista americana Bikini Kill.

RuPaul e tio Hank de "Breaking Bad"

RuPaul - Divulgação - Divulgação
Desmontado, o criador de "RuPaul Drags Race" interpreta um segurança de aeroporto em "Girlboss"
Imagem: Divulgação
Dois atores do elenco de "Girlboss" devem chamar a atenção dos fãs de séries: RuPaul Andre Charles e Dean Norris. Desmontada, a drag queen do reality "RuPaul's Drag Race" interpreta o vizinho e amigo de Sophia, que é um funcionário da segurança do aeroporto, mas atua como uma espécie de terapeuta para a garota. Já o tio Hank de "Breakink Bad" aparece como o pai de Sophia e espécie de consciência de que não dá mais para adiar a vida adulta.

Passeio nos cartões postais de San Francisco

Sophia pontes - Divulgação - Divulgação
Sophia enfrenta seu medo de pontes e corre sobre a Golden Gate para entregar uma encomenda
Imagem: Divulgação

Entre uma ideia e outra para o seu negócio, uma pitada de romance e esquisitice com o músico Shane (Johnny Simmons) e a correria para ir atrás das chatices da vida adulta, Sophia passa por vários cartões postais da cidade de San Francisco.

Ela já começa enfrentando um dos clássicos bondinhos com seu carro modelo 1987 emperrando a passagem do veículo cheio de turistas. Há também um passeio pelo bairro gay Castro com uma paradinha estratégica em seu icônico teatro. E ao enfrentar o seu maior medo, o de cruzar pontes, a Golden Gate é o cenário ideal.

Com episódios curtos, de cerca de 30 minutos, "Girlboss" deve conquistar o público na faixa dos 20-30 anos e entusiastas de moda vintage, essência da Nasty Gal.