Dá para competir? "House of Cards" volta com tramas que superam Brasília

Há duas semanas, enquanto começava a maior crise política do governo de Michel Temer (PMDB), a Netflix admitia, por meio do perfil no Twitter de “House of Cards”, aquilo que os brasileiros já estavam cansados de saber desde a estreia da série, em 2013: “Está difícil competir”.

Marketing de oportunidade à parte, a ironia, em referência à repercussão da delação de Joesley Batista, dono da JBS, fez mesmo os espectadores da série se questionarem se existia alguma possibilidade de os personagens de “House of Cards” tramarem situações mais surpreendentes que os políticos brasileiros, principalmente em se tratando de corrupção e disputa de poder.

Com 13 novos episódios, o quinto ano de “House of Cards" chega à Netflix nesta terça-feira (30). A temporada foi disponibilizada com antecedência para imprensa e assistida pelo UOL, que adianta, SEM SPOILERS, três bons motivos pelos quais a nova temporada vai superar Brasília:

“Nós fazemos o terror”

Mesmo sem seu roteirista principal, Beau Willimon, que deixou a produção para se dedicar a um novo projeto, os 13 novos episódios vêm com a dupla Frank (Kevin Spacey) e Claire Underwood (Robin Wright) em total sintonia e literalmente gargalhando na cara dos limites.

A quarta temporada terminou com um recado dos Underwoods para os espectadores: “Nós não nos curvamos ao terror, nós fazemos o terror”. Vale lembrar que o quinto ano vai mostrar o resultado da eleição de 2016, em que Frank disputa um novo mandato contra o republicano boa pinta e usuário das redes sociais, Will Conway (Joel Kinnaman).

Quando se trata de se manter no poder, para os Underwoods, vale a máxima: regras, não há regras.

Francis Underwood te despreza

Se a cada nome de político eleito citado na Lava Jato sua fé na democracia morre mais um pouco, espere até ter acesso às conversas particulares do presidente Frank Underwood (Kevin Spacey) com a mulher e candidata a vice-presidente dos EUA, Claire (Robin Wright) na quinta temporada.

“O povo não sabe o que é melhor para ele. Eu sei”, diz Underwood antes de tomar uma decisão bem inescrupulosa. “Eles são como bebês. Nós temos que segurar seus dedos grudentos e limpar suas bocas babadas. Ensiná-los a diferenciar o certo do errado. Dizer a eles o que pensar, o que sentir e o que querer. Eles precisam de ajuda até mesmo para saber quais são seus maiores sonhos e seus medos mais profundos”, continua.

Uma candidata a vice-presidente nada decorativa

Bela, zero recatada e nenhum um pouco do lar, Claire Underwood conquistou ao longo das temporadas passadas de “House of Cards”, o título de maior primeira-dama que você respeita.

Interpretada por Robin Wright, que recentemente expôs sua insatisfação por não ganhar o mesmo salário que Spacey na série, a personagem batalhou – e conquistou – um lugar de destaque no jogo político.

Nos novos episódios, Claire vai provar de uma vez por todas porque Wright merece pagamento igualitário, exercendo as funções de uma candidata à vice-presidência nada decorativa.