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De Princesa a General: Robin Wright é a evolução da mulher em três décadas

Robin Wright em cena de "A Princesa Prometida" (esq). e como a General Antiope em "Mulher-Maravilha" (dir.) - Divulgação
Robin Wright em cena de "A Princesa Prometida" (esq). e como a General Antiope em "Mulher-Maravilha" (dir.) Imagem: Divulgação

Natália Guaratto

Do UOL, em São Paulo

15/06/2017 04h00

ATENÇÃO O TEXTO CONTÉM SPOILERS DE "HOUSE OF CARDS". NÃO LEIA SE NÃO QUISER SABER DETALHES DA QUINTA TEMPORADA

Trinta anos atrás, quando foi lançado, o filme “A Princesa Prometida” chegou até ser considerado inovador. Tratava-se de um clássico conto de fadas, mas o longa de Rob Reiner ia além do romance, com uma trama que misturava aventura e comédia. À Princesa Buttercup, interpretada por Robin Wright, coube o arco narrativo usual das donzelas. Enganada e raptada, seu destino era esperar que o príncipe encantado aparecesse para salvá-la.

O tempo passou. Corta para 2017. “Mulher-Maravilha” é o filme do momento e faz história nas bilheterias como a maior estreia de uma produção dirigida por uma mulher. Os vinte eletrizantes minutos iniciais do longa mostram as amazonas de Tesmicira em ação. No comando da batalha contra uma invasão masculina está uma nova Robin Wright. Na pele da General Antiope, a tia e mentora de Diane Prince (Gal Gadot), ela entrega em suas poucas sequências de “Mulher-Maravilha” seu mais festejado papel.

“Nasci para ver as princesas da minha infância se tornarem generais”, diz um post no Twitter, que poderia se tornar facilmente o símbolo da evolução das personagens femininas no cinema. Na mensagem, Antiope aparece lado a lado com Leia (Carrie Fischer), princesa que virou general na franquia “Star Wars”.

 

Coincidência ou não, Wright também vive na TV o momento mais importante de sua personagem, a política Claire Underwood, em “House of Cards”. Na quinta temporada da atração, lançada há poucas semanas pela Netflix, ela abandona de vez a função de sombra do marido Frank Underwood (Kevin Spacey).

Passo parecido foi dado pela própria Wright anos atrás, quando ela deixou de usar o sobrenome do marido, o ator Sean Penn, com quem foi casada por 19 anos. A atriz passou boa parte de sua trajetória tendo a vida pessoal mais noticiada do que as conquistas profissionais.

Claire Underwood  - Divulgação/Netflix  - Divulgação/Netflix
Claire Underwood (Robin Wright) em cena da quinta temporada de "House of Cards"
Imagem: Divulgação/Netflix
O jogo definitivamente virou. Na semana passada, Wright voltou às manchetes. Não por um novo casamento ou divórcio, mas porque o retorno da General Antiope foi confirmado no filme “Liga da Justiça”, que chega aos cinemas em novembro de 2017.  

Como se anunciasse um spoiler da sua importância na indústria do entretenimento em 2017, Wright revelou em uma entrevista em maio, dias antes do retorno de “House of Cards”, ter descoberto que seu salário não fora equiparado ao de Kevin Spacey, como havia sido anunciado. “Isso precisa ser investigado”, exigiu. “Claire e Francis são equivalentes quanto ao poder, união e ao enredo”, justificou.

Uma nova era começou em “House of Cards”. A temporada se encerra com a personagem chegando à presidência dos Estados Unidos com mais apoio do que Underwood jamais teve. É a voz da ex primeira dama que se ouve no capítulo final. Uma mensagem que serve para todas as mulheres, das princesas às generais, e que merece ser ecoada na realidade: “Agora é a minha vez”.