Noites do Terror ou "Walking Dead"? Como sobrevivi a um apocalipse zumbi
Em meio a centenas de opções de entretenimento como video games, robôs e salas de realidade virtual, a fila para apreciar um apocalipse zumbi, sem nenhuma firula tecnológica, no estande da série "The Walking Dead", era considerável na noite desta quarta-feira (20), a primeira aberta ao público da 48ª edição da San Diego Comic-Con, maior evento de cultura pop do mundo, nos Estados Unidos.
Montada em um espaço rústico, para não dizer tosco, que imita o habitat dos Scavengers, o povo que vive no lixão na série, a experiência é como uma Noites do Terror do Playcenter. Na famigerada rave de Halloween do parque paulistano, criaturas terríveis eram soltas para conviver com os visitantes do complexo. Na Comic-Con é parecido, só que um pouco melhor. A vantagem? Acontece em apenas dez minutos, reduzindo assim as chances de um monstrinho não ir com a sua cara e te perseguir pelo evento.
Para ter um gostinho do que é estar em "The Walking Dead", o participante da feira geek precisou encarar nesta quarta-feira uma fila de 20 minutos, o dobro do tempo que é permitido permanecer na atividade.
Após a espera, devidamente suavizada pela presença de simpáticos monitores vestidos com moletons cinzas, como o que Daryl usou quando ficou em cativeiro no Santuário, é possível tirar uma foto ao lado da Sheeva, a tigresa de estimação do Rei Ezekiel. Pouco impressionante, a versão pelúcia da personagem parece ter sido importada do aniversário com tema de selva da cantora Anitta. Da "Paradinha" direto para a Comic-Con.
Selfie!
A emoção demora, mas finalmente começa quando a zumbi recepcionista surge grunhindo em sua direção. Enquanto ela caminha, fica impossível não se lembrar daquele hit do axé: "É diferente, vem com a gente, quero ver geral pirar". O momento pede que você aja naturalmente, imitando a reação padrão da galera a sua volta, que infelizmente não é fazer a coreografia do morto muito louco, mas sim ficar com medo.
Isso é necessário porque quanto menos medo é demonstrado, mais a profissional do entretenimento zumbi quer fazer o trabalho dela, e a interação pode ficar terrivelmente constrangedora, com ela rangendo os dentes e fazendo movimentos audaciosos perto da sua nuca. Quando o espanto fake não dá certo, a melhor arma para sobreviver ao ataque é o celular.
Se em "The Walking Dead" é preciso um headshot perfeito para conter um walker, na Comic-Con basta apelar para o Instagram. O convite "vamos fazer uma selfie?" vale mais que barras de ouro. Após uma conferida no retrato, você está finalmente liberado do apocalipse. "Não esquece a hashtag", grita a zumbi em um tom chocantemente alegre e divertido. O fim do mundo chegou, é gourmet e até os mortos-vivos são digital influencers.
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