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Dragão de Daenerys finalmente mostra a que veio em "Game of Thrones"

Varys, Tyrion, Missandei, Daenerys, Davos e Jon Snow em foto do quarto episódio da sétima temporada de "Game of Thrones", "The Spoils of War" - MACALL B. POLAY/HBO
Varys, Tyrion, Missandei, Daenerys, Davos e Jon Snow em foto do quarto episódio da sétima temporada de "Game of Thrones", "The Spoils of War" Imagem: MACALL B. POLAY/HBO

Natalia Engler

Do UOL, em São Paulo

06/08/2017 22h53

ATENÇÃO, SPOILERS! Se você não quer saber detalhes da trama do quarto episódio da sétima temporada de "Game of Thrones", não continue a ler

Se você é um dos bravos guerreiros que resistiu a assistir a "Os Espólios da Guerra" na versão que vazou na internet na sexta-feira (4) (e sim, o vídeo vazado era real), pode ter certeza de que a espera valeu a pena. O quarto episódio da sétima temporada de "Game of Thrones" finalmente colocou o dragão Drogon em ação em uma verdadeira surra de efeitos visuais, muito melhor de ser vista em HD do que no computador, em baixa qualidade.

Se Daenerys (Emilia Clarke) já dera amostras do que seus "filhos" são capazes, como quando Drogon a resgatou durante o ataque dos Filhos da Harpia em Meereen, no fim da quinta temporada, pela primeira vez vemos um dos dragões em modo total de batalha --e que batalha! Os produtores realmente não economizaram desta vez.

Mas vamos começar pelo começo.

Norte

Se os produtores haviam prometido que a sétima temporada seria mais movimentada que as anteriores, "Os Espólios da Guerra" fez a sua parte em avançar vários pontos, tanto nas cenas de ação quanto em momentos em que nada parecia estar acontecendo de verdade.

Em Winterfell, as coisas começam com uma estranha conversa entre Mindinho (Aidan Gillen) e Bran (Isaac Hempstead-Wright). Baelish presenteia o vidente Stark com a adaga de aço valiriano usada pelo assassino que tentou matar o menino na primeira temporada. Mindinho, como sempre, tentava seduzir mais um lorde com suas palavras traiçoeiras, mas é ele que acaba com uma pulga atrás da orelha quando Bran faz um comentário repetindo algo que o grande conspirador de Westeros disse a Varys no sexto episódio da terceira temporada: "O caos é uma escada".

Não parece ser uma frase jogada ao caso, não é mesmo? Indireta ou não, Baelish fica em estado de alerta. Afinal, se o novo Corvo de Três Olhos sabe o que Mindinho disse há vários anos, logo logo pode descobrir bem mais (algumas traições, quem sabe).

Petyr Littlefinger Baelish em foto do quarto episódio da sétima temporada de "Game of Thrones", "The Spoils of War" - HELEN SLOAN/HBO - HELEN SLOAN/HBO
As perspectivas não parecem boas para Mindinho em Winterfell
Imagem: HELEN SLOAN/HBO

É um dia de muitos encontros importantes e conversas esquisitas para Bran, e Meera (Ellie Kendrick) logo aparece para dizer que, já que tem um exército de mortos chegando a qualquer momento, melhor estar com a família. Ela fica magoada com a nova frieza do amigo, e lembra que muita gente morreu por ele. "Eu lembro como era ser Brandon Stark, mas lembro de muito mais agora", responde ele. "Você morreu naquela caverna", retruca a jovem. Alguém explica o que está acontecendo com Bran, por favor?

E os Starks continuam voltando para casa como crianças chegando para as férias de verão (pena que agora é inverno, e uma horda de zumbis está a caminho, mas tudo bem). Arya (Maisie Williams) chega a Winterfell, onde obviamente não é reconhecida --afinal, ela é ninguém agora, dã! É claro que ela engana os guardas, e, quando Sansa (Sophie Turner) é informada da presença da suposta irmã, já sabe onde encontrá-la.

Esse povo adora uma conversa na cripta, e o reencontro em frente ao túmulo de Ned é um agridoce lembrete de como as duas foram longe antes de voltarem para casa, de como enfrentaram coisas horríveis, cada uma do seu jeito, e sobreviveram. Também fica claro que a união das irmãs, sempre tão opostas desde criança, vai ser fundamental para que elas sobrevivam. Arya faz um tocante comentário sobre isso: apesar de nada agradáveis, as histórias das duas ainda não acabaram.

Arya também se reencontra com Bran, e ganha dele a adaga de Mindinho --para quê um aleijado precisa de uma arma tão valiosa, não é mesmo? É ele quem tá dizendo, não eu. De qualquer forma, a história toda da adaga deixa as duas irmãs com vários pés atrás com Baelish.

Sansa logo tem outra surpresa ao testemunhar as habilidades de luta da irmã, que obviamente pede para ser treinada por Brienne (Gwendoline Christie) --a melhor guerreira de Westeros e a melhor assassina só podiam mesmo formar uma bela dupla. Arya derrota Brienne com certa facilidade e lança um olhar nada amistoso a Mindinho, que observa a luta com apreensão. Os sinais não estão a favor de Baelish, e acho que logo logo as coisas vão começar a ir ladeira abaixo para ele. Só acho.

Pedra do Dragão

No sul, Daenerys quase solta um "miga, me conta tudo!" para Missandei (Nathalie Emmanuel), que está ansiosa por notícias de Verme Cinzento, mas Jon Snow (Kit Harrington) também tem algo para contar para a rainha: ele encontrou na mina de vidro de dragão inscrições deixadas pelas Crianças da Floresta representando a união delas com os Primeiros Homens para derrotar os Outros --os White Walkers-- durante a Longa Noite. A meia-luz ajuda a criar um clima, e a gente fica torcendo para rolar um crush de gelo e fogo, mas Dany ainda não parece muito convencida e continua a insistir que Jon se curve a ela.

A paquera --ou braço de ferro, dependendo do ponto de vista-- é interrompida por uma já esperada má notícia: a derrota para os Lannisters, que abandonaram o Rochedo Casterly, deixando os Imaculados sem provisões, para tomar o Jardim de Cima e eliminar Olenna Tyrell.

Dany se enfurece com o fracasso dos planos de Tyrion (Peter Dinklage) e ameaça montar seus dragões e atacar Porto Real de uma vez. Mas, em sinal de sua aproximação com Jon, pede conselhos ao Rei do Norte. Jon mostra que talvez não seja mais o cara que não sabe de nada e diz que as pessoas vão seguir Dany porque ela fez coisas impossíveis acontecerem, mas, se ela queimar cidades e castelos inteiros, não será diferente dos outros lordes e reis que fizeram o povo sofrer.

Depois de aconselhar a rainha, Jon também tem sua cota de reencontros: ele se vê frente a frente com Theon Greyjoy (Alfie Allen), que retorna com alguns de seus homens para pedir ajuda para resgatar a irmã, Yara, capturada pelo tio pirata malvado Euron. Theon só escapa da fúria de Jon por ter ajudado Sansa (ele traiu Robb Stark, lembra?), mas não vai receber a ajuda que precisa simplesmente porque Daenerys partiu (pra onde, gente?).

Theon Greyjoy em foto do quarto episódio da sétima temporada de "Game of Thrones", "The Spoils of War" - MACALL B. POLAY/HBO - MACALL B. POLAY/HBO
Theon Greyjoy volta a Pedra do Dragão
Imagem: MACALL B. POLAY/HBO

Campina

Se a balança pendia para o lado dos Lannisters, que abriram o episódio coletando o ouro e as provisões do Jardim de Cima e recebendo o apoio financeiro do Banco de Ferro, é no fim de "Os Espólios da Guerra" que o jogo começa a virar.

Seguindo os conselhos de Olenna Tyrell (descanse em paz!), Daenerys resolveu ser finalmente um dragão.

E, depois de ver essa batalha em tantos teasers, a gente não esperava ela justamente agora. Sim, finalmente Daenerys resolveu fazer alguma coisa para virar a maré de azar que vinha atrapalhando seus planos desde o início da temporada, mas aquelas cenas de fogo e dragão em ação que vimos no trailer tiveram um cenário um tanto inesperado.

A herdeira dos Targaryen cansou sim de sentar em Pedra do Dragão traçando estratégias, mas ouviu os conselhos de Jon e poupou os civis de Porto Real --por ora. Em vez disso, quem sofreu provavelmente a maior derrota de sua história foi o exército dos Lannisters, que nem conseguiram deixar a Campina.

Jaime Lannister (Nikolaj Coster Waldau) e seus homens são surpreendidos pela ferocidade dos Dothraki, mas isso é só o começo: enquanto o exército inimigo é massacrado, Dany surge poderosíssima no horizonte, montada em Drogon, que manda um beijo no ombro pras inimigas, afinal, não tem exército que possa contra uma criatura voadora gigante e cuspidora de fogo.

Dragão de Daenerys está maior do que nunca em nova foto da sétima temporada de "Game of Thrones" - Reprodução/Entertainment Weekly - Reprodução/Entertainment Weekly
Drogon finalmente entra em ação em "Os Espólios da Guerra"
Imagem: Reprodução/Entertainment Weekly

Quem sentia falta de ver os dragões em ação (calma, gente, custa muito caro criar esses bichinhos) deve ter ficado feliz com a sequência mais elaborada com os animais em toda a série, com efeitos visuais que deixam no chinelo as primeiras aparições dos bichos já adultos. Drogon bate as asas, voa, mergulha, sobe e arrasa o campo de batalha com fogo ao ouvir o sinal de Dany, Drakarys.

Quem observa a cena de longe com certa melancolia é Tyrion, que, como a gente, não esconde a mistura de sentimentos ao ver o exército formado por seu pai ser dizimado e seu irmão podendo ser morto a qualquer momento. Quem nunca?

A lacração de Daenerys só é interrompida por uma flechada da besta gigante projetada por Qyburn (Anton Lesser) para matar dragões, pilotada sabe Deus como por Bronn (Jerome Flynn) --como é que nenhum dothraki viu ele ali, sozinho, mirando aquela arma de destruição em massa?--, que consegue acertar Drogon. O animal rodopia e cai, mas a ferida não é fatal e ele se recupera a tempo de não se espatifar no chão.

Jaime vê a oportunidade de pegar Dany de surpresa enquanto ela analisa a ferida do animal, e parte para o ataque, sem lembrar que o bicho ali na frente cospe fogo a centenas de metros de distância (você é burro, cara, diria Tyrion). O Lannister é salvo por Bronn, que o derruba no rio no momento exato.

Com o Jardim de Cima reconquistado e Cersei privada das provisões, pouco importa para Daenerys se Jaime está vivo ou morto. Uma bela vingança para Olenna, a Rainha da Língua Afiada.