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Diretor diz que "Bingo" não está preso à realidade: "Não é cinebiografia"

Cena de "Bingo, o Rei das Manhãs" - Luiz Maximiano/Warner
Cena de "Bingo, o Rei das Manhãs" Imagem: Luiz Maximiano/Warner

Colaboração para o UOL

23/08/2017 07h58

Daniel Rezende falou bastante sobre "Bingo: O Rei das Manhãs", que estreia nesta quinta (24) nos cinemas. O diretor explicou no "The Noite" de terça-feira (22) o que o levou a fazer o filme e a trocar o nome das personagens que cercam a experiência de Arlindo Barreto como o palhaço Bozo nos anos 80.

Diretor de "Bingo: O Rei das Manhãs" participa do "The Noite", de Danilo Gentili - Gabriel Cardoso/SBT - Gabriel Cardoso/SBT
Diretor de "Bingo: O Rei das Manhãs" participa do "The Noite", de Danilo Gentili
Imagem: Gabriel Cardoso/SBT
"Queríamos liberdade criativa e não ficar atrelado à realidade. Não é uma cinebiografia. A gente resolveu ficcionalizar tudo, mas é totalmente inspirado na vida do Arlindo Barreto. Quisemos fazer um filme de entretenimento, mas é um drama baseado em fatos reais", contou.

Mas nem tudo foi trocado. Gretchen, por exemplo, não teve o nome alterado. "A gente queria que o filme tivesse uma coisa nostálgica que fosse muito marcante para quem viveu ou não a época. Na vida real eles namoraram, mas a gente muda o tempo que as coisas acontecem".

Rezende diz o que o levou a trocar a cadeira de editor de longas como "Cidade de Deus", "Tropa de Elite" e "Robocop" pela de quem grita "ação". "Achei a vida do Arlindo tão espetacular e impressionante que daria vários filmes. Tiramos várias histórias da vida dele do filme porque iam achar que era loucura do roteirista"

Ele se considera feliz com o resultado. "Eu queria um filme que tivesse complexidade, um personagem profundo. A gente fez o retrato de um artista nos bastidores da TV nos anos 80, que  foi a década do exagero, do politicamente incorreto. O politicamente incorreto 100% é melhor que o politicamente correto 100%", opina.

O intérprete de Bozo foi solícito com o projeto, conta. "O Arlindo foi muito generoso de abrir a vida dele 150% pra nós. Foi muito generoso de abrir todas as loucuras e entender que íamos criar nosso próprio universo e personagem. Faz um mês que ele assistiu ao filme e amou. Quem viveu a época vai curtir pra caramba e mesmo quem não viveu vai se conectar com Bingo", aposta Rezende, que agora se prepara para dirigir o primeiro live action da Turma da Monica, com crianças.