Quem são os homens por trás do Cartel de Cali, foco do 3º ano de "Narcos"
Com a morte de Pablo Escobar (Wagner Moura), "Narcos" agora volta seu foco para outro capítulo do narcotráfico na Colômbia em sua terceira temporada, que estreia na Netflix na sexta-feira: a ascensão do Cartel de Cali, que vira o inimigo número 1 da DEA, o Departamento Antidrogas dos Estados Unidos.
Gilberto Rodríguez Orejuela (Damián Alcázar) é o principal líder da organização, que conta ainda com outros homens fortes: seu irmão, Miguel Rodríguez Orejuela (Francisco Denis), Pacho Herrera (Alberto Ammann) e Chepe Santacruz Londono (Pepe Rapazote).
Promovido, Javier Peña (Pedro Pascal) agora lidera a operação, enquanto os agentes Chris Feistl (Michael Stahl-David) e Daniel Van Ness (Matt Whelan) fazem o trabalho de campo.
Se Escobar e o Cartel de Medellín ganhavam as manchetes por suas ações violentas, os chefões de Cali preferiam a discrição, subornando policiais e operando na surdina. O que não significa que suas operações eram modestas: o grupo chegou a ser responsável por 80% da cocaína contrabandeada para os EUA.
A organização começou a se erguer em meados da década de 70, quando o negócio dos irmãos Rodríguez Orejuela usava rede de farmácias, estações de rádio e empresas de fachada para a lavagem de dinheiro. Com contatos importantes e influência entre políticos, o grupo cresceu rapidamente.
Um grande escândalo, porém, nos anos 90, deixou a quadrilha exposta: quando o governo dos Estados Unidos acusou os chefes de financiar a campanha do presidente Ernesto Samper com a quantia de US$ 6 milhões. A prisão de vários líderes durante o governo Samper foi usada como argumento de combate ao narcotráfico.
Gilberto Rodríguez
No início da terceira temporada da série, Gilberto quer fugir dos holofotes - ele sabe que eles serão o principal alvo após a morte de Escobar. Para evitar maiores prejuízos, propõe aos sócios que deixem o negócio em seis meses, depois de muito lucrar, claro.
"Ele é um homem de negócios. É pacífico, prefere corromper as pessoas com dinheiro e manter a paz entre os seus. Não quer guerra com ninguém, muito menos com o estado", afirma Alcázar, que interpreta o traficante na ficção.
Conhecido como "O Enxadrista", por sua habilidade, feito um jogador de xadrez, de se manter sempre à frente dos rivais, Gilberto foi um dos fundadores do cartel na década de 70, ao lado do irmão, Miguel. Os dois gerenciaram durante anos um time de futebol da Colômbia, o América de Cali, que era utilizado para lavagem de dinheiro.
Foi capturado em 9 de junho de 1995, escondido em um armário, em um luxuoso apartamento em Cali. Condenado, em 1997, a 15 anos de prisão, cumpriu apenas sete na cadeia e foi liberado graças a um habeas corpus. Alguns meses mais tarde, foi preso novamente, sob a acusação de ter enviado 150 quilos de cocaína a Tampa, nos Estados Unidos. Extraditado para os EUA em 2004, recebeu uma pena de 30 anos.
Miguel Rodríguez
Cofundador do cartel, ao lado do irmão, era o número 2 do grupo. Tido como cérebro das operações, coordenou envios de cocaína aos Estados Unidos e participou ativamente da guerra contra Escobar.
Foi preso apenas dois meses depois do irmão, Gilberto, em 1995. Teve uma trajetória semelhante e também foi extraditado para os EUA, em 2005, onde foi condenado a uma pena de 30 anos. Assim como Gilberto, fez um acordo com a promotoria, em que renunciava a bens obtidos por meio do tráfico de drogas para retirar acusações contra familiares.
"Meu pai e meu tio começaram este negócio mais pelo dinheiro, a eles realmente não interessava se outra pessoa estava ganhando tanto dinheiro como eles, eles queriam enriquecer, sair da miséria. Não queriam ser presidentes da Colômbia, nem senadores", afirmou William Rodríguez Abadía, filho de Miguel e sobrinho de Gilberto à BBC Mundo, à época do lançamento do livro "Sou o Filho do Cartel de Cali", sobre a herança da família.
Pacho Herrera
A homossexualidade declarada de Hélmer "Pacho" Herrera é um aspecto explorado na série, além de seu perfil violento. Era o responsável pela conexão mexicana do cartel e da distribuição internacional da droga.
Chamado de "o homem de mil rostos" pela imprensa colombiana, acertou sua rendição em 1996, depois de conseguir escapar da polícia por mais de um ano.
Herrera foi assassinado em novembro de 1998, aos 47 anos, em uma prisão de segurança máxima na Colômbia. Ele cumpria pena pelos crimes de tráfico de drogas, formação de quadrilha e enriquecimento ilícito. Sua morte desencadeou uma guerra entre o cartel de norte del Valle e o clã Herrera.
Chepe Santacruz Londono
Fez parte do grupo "Los Chemas" com os irmãos Rodríguez nos anos 70 e se tornou um dos mais violentos líderes do cartel de Cali. Conduziu com mão de ferro o negócio do grupo em Nova York.
Foi preso em julho de 1995, durante a caça aos chefões do grupo. Escapou pouco depois, em janeiro de 1996. Segundo se noticiou na época, sua fuga foi uma das razões pelas quais os Estados Unidos deixaram de apoiar a Colômbia no combate ao tráfico de drogas. Localizado em Medellín alguns meses mais tarde, foi morto pela polícia, aos 53 anos.
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