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"Bingo" vai disputar vaga no Oscar contra filmes de outros 91 países

Cena de "Bingo, o Rei das Manhãs" - Luiz Maximiano/Warner
Cena de "Bingo, o Rei das Manhãs" Imagem: Luiz Maximiano/Warner

Do UOL

Em São Paulo

05/10/2017 14h12Atualizada em 05/10/2017 15h51

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou nesta quinta-feira (5) a lista de longas-metragens que vão disputar uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2018. O brasileiro "Bingo: O Rei das Manhãs", de Daniel Rezende, concorre com outros trabalhos de outros 91 países por uma vaga entre os cinco finalistas.

O número representa um recorde de inscrições, bastante acima dos 85 submetidos em 2016, com alguns países participando da disputa pela primeira vez, como é o caso de Haiti, Honduras, Laos, Moçambique, Senegal e Siria.

Entre os principais concorrentes com os quais o filme brasileiro vai disputar uma vaga estão "First They Killed My Father", de Angelina Jolie, candidato do Camboja, “Happy End”, de Michael Haneke, da Áustria, "Uma Mulher Fantástica", de Sebastian Lelio, do Chile, "120 Batimentos por Minuto", de Robin Campillo, da França, e “The Square”, de Ruben Ostlund, da Suécia, que venceu a Palma de Ouro em Cannes este ano.

Os filmes inscritos passam agora por uma primeira peneira, do qual sairão nove finalistas, e os cinco indicados ao Oscar serão conhecidos em 23 de janeiro de 2018. A cerimônia de premiação está marcada para o dia 4 de março do ano que vem, em Los Angeles.

Em 2017, o vencedor foi o iraniano "O Apartamento", de Asghar Farhadi, que se recusou a participar da cerimônia em protesto contra a proibição instituída pelo presidente norte-americano Donald Trump de que pessoas de vários países, incluindo o Irã, visitassem os EUA.

O Brasil no Oscar

O representante do Brasil este ano, "Bingo", é a estreia de Rezende na direção, depois de comandar a montagem de filmes como "Cidade de Deus" e "Tropa de Elite". Protagonizada por Vladimir Brichta e inspirada na vida de Arlindo Barreto, intérprete do palhaço Bozo, que fez sucesso nos anos 1980 na TV brasileira, o longa desbancou concorrentes como "Como Nossos Pais", de Laís Bodanzki, "Corpo Elétrico", de Marcelo Caetano, "O Filme da Minha Vida", de Selton Mello, "Gabriel e a Montanha", de Fellipe Barbosa, "João, o Maestro", de Mauro Lima, "Polícia Federal - A Lei É Para Todos", de Marcelo Antunez, e "Vazante", de Daniela Thomas.

Em entrevista ao UOL, Rezende brincou que está "mais assustado com a responsabilidade do que feliz". "A safra dos filmes lançados este ano foi muito boa", diz ele, ao justificar a razão da responsabilidade que será representar o país na busca por uma indicação ao Oscar.

Os últimos escolhidos para representar o Brasil foram “Pequeno Segredo” (2017), de David Schurmann, "Que Horas Ela Volta" (2016), de Anna Muylaert, "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho" (2015), de Daniel Ribeiro, "O Som ao Redor" (2014), de Kléber Mendonça Filho, "O Palhaço" (2013), de Selton Mello, "Tropa de Elite 2" (2012), de José Padilha, “Lula, o Filho do Brasil”, de Fábio Barreto (2011), “Salve Geral”, de Sérgio Rezende (2010), “Última Parada 174”, de Bruno Barreto (2009), “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”, de Cao Hamburger (2008) e “Cinema, Aspirinas e Urubus”, de Marcelo Gomes (2007).

A última vez em que o Brasil figurou entre os pré-finalistas foi em 2008, com "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias".

Os últimos vencedores do Oscar de filme estrangeiro foram “O Apartamento”, do Irã (2017), “O Filho de Saul”, da Hungria (2016), “Ida”, da Polônia (2015), e “A Grande Beleza”, da Itália (2014).