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Aos gritos de "rainha", Bethânia lança documentário no Festival do Rio

6.out.2017 - As cantoras Mingas e Maria Bethania, o escritor José Eduardo Agualusa, a diretora Monica Monteiro e a diretora do Festival do Rio Ilda Santiago - Marcos Ferreira / Brazil News - Marcos Ferreira / Brazil News
6.out.2017 - As cantoras Mingas e Maria Bethânia, o escritor José Eduardo Agualusa, a diretora Monica Monteiro e a diretora do Festival do Rio Ilda Santiago
Imagem: Marcos Ferreira / Brazil News

Giselle de Almeida

Do UOL, no Rio

06/10/2017 20h04

Presença rara em eventos, Maria Bethânia cruzou o tapete vermelho do Odeon, no Centro do Rio, nesta sexta-feira (6), por um motivo nobre: apresentar o documentário "Karingana — Licença para Contar", da diretora Monica Monteiro.

Ao lado da cantora Mingas e do escritor José Eduardo Agualusa, que também participam do longa, a baiana apresentou o filme, um ensaio poético sobre a língua portuguesa e a relação artística entre Brasil, Angola e Moçambique, em sua primeira viagem a este último. Ela foi aplaudida e saudada aos gritos de "rainha".

6.out.2017 - Maria Bethania na sessão de gala do documentário "Karinanga", no Festival do Rio - Marcos Ferreira / Brazil News - Marcos Ferreira / Brazil News
6.out.2017 - Maria Bethania na sessão de gala do documentário "Karinanga", no Festival do Rio
Imagem: Marcos Ferreira / Brazil News

"O convite me entusiasmou. Tenho muita atração por toda informação que possa vir da África. A música, a poesia, a prosa me interessam. Fiz uma leitura, uma participação ao lado do Mia Couto e do Agualusa, que para mim é uma honra imensa. E fui recebida pela Mingas, que tem uma voz fora do comum. Foi uma experiência linda", contou Bethânia, que chegou ao cinema dez minutos antes da sessão e se surpreendeu com os flashes.

"Ninguém me disse isso não", brincou a cantora, sobre estar na mira dos fotógrafos. Antes de entrar na sala de cinema, ela protegeu a garganta e pediu para baixarem o ar-condicionado. Antes de subir ao palco, após a introdução de Agualusa, fez o sinal da cruz.

"O filme é uma exaltação a essa grande criação coletiva que é a língua portuguesa. Digo que a língua é um brinquedo de criar espantos, e está é uma pequena homenagem aos brincantes, os poetas. E Bethânia também é uma poetisa", afirmou o escritor.

A sessão de gala do filme atraiu uma plateia de famosos como Cássia Kis, Antonio Pitanga e Gisele Fróes no segundo dia da mostra, mas "Karingana" terá novas sessões neste sábado, no domingo e na próxima quarta-feira. Produção do canal Curta!, o filme tem previsão de estreia na TV no primeiro semestre de 2018, depois de passar por outros festivais de língua portuguesa.

"Bethânia mudou a obra dos artistas de Moçambique, e também tenho certeza de que essa viagem mudou a obra dela. Ela visitou escolas, ficou muito emocionada", afirmou a diretora, que já havia trabalhado com a cantora no programa "Poesia e Prosa", no canal Arte 1.