Teorias, fama, anos 80: coisas estranhas para o elenco de "Stranger Things"
Eles viraram estrelas instantâneas no minuto em que "Stranger Things" estreou na Netflix, em julho do ano passado. E, por mais que jurem que são garotos normais, o sucesso repentino mudou a vida do elenco mirim da atração criada pelos irmãos Duffer, que estreia sua segunda temporada no dia 27 de outubro.
Em entrevista para jornalistas da América Latina, durante o lançamento do novo ano da série, na Cidade do México, Gaten Matarazzo, 15, que interpreta Dustin, Caleb McLaughlin, 15, que vive Lucas, e Finn Wolfhard, 14, o intérprete de Mike, elegem as coisas mais estranhas que envolvem fama, teorias sobre a trama e os anos 80, período em que a história se passa.
"As pessoas pedem por fotos, o que não tem problema", diz Finn, o mais eloquente do grupo. "Fiquei sabendo que, no Brasil, as pessoas perseguem seus carros, foi o que eu ouvi do Finn Jones [ator que protagoniza 'Punho de Ferro' e esteve em Recife este ano, para a CCXP Tour Nordeste]. Parece muito doido, mas é legal", conta ele, aos risos.
Já Gaten lembra um episódio recorrente, com que os colegas imediatamente se identificam. "Eu não gosto quando as pessoas choram. O que você faz nessa situação? Da primeira vez eu abracei, mas a pessoa chorou mais ainda", afirma ele, de olhos arregalados.
"Eu fico muito desconfortável. E me sinto um idiota de pedir para eles pararem de chorar", afirma Finn.
Além de lidar com assédio, o trio ainda precisa lidar com a curiosidade coletiva em torno do mistério envolvendo a série e seu universo sobrenatural, que inclui um Demogorgon e um Mundo Invertido, além de mortes sinistras, como a de Barb (Shannon Purser), e o desaparecimento de Eleven (Millie Bobby Brown).
Mas isso é tarefa simples para as mentes criativas que tratam de logo inventar as teorias mais absurdas sobre a história.
"Escutei uma que dizia que Barb está voltando como um monstro e quer se vingar de toda a cidade. E acho que isso é fascinante", diz ele, provocando gargalhadas do grupo.
Caleb também já ouviu uma bem estranha. "Todo mundo estava dizendo que meu personagem havia morrido. Uma vez, já estávamos filmando há dois meses, e todo mundo estava junto na escola, e eu sou educado em casa. E todo mundo dizia que eu tinha morrido", conta.
O intérprete de Mike resgata outra pérola, que deixa Gaten de queixo caído.
"Ouvi que Steve [Joe Keery] engravidou Nancy [Natalia Dyer]. Eles aparecem em uma única cena no trailer, ele se afastando dela, e as pessoas já deduziram que ela está gravida. É a minha favorita até agora", conta.
Nascidos nos anos 2000, os atores dão vida a personagens com uma rotina bem diferente da deles, já que a história é ambientada na década de 80. A segunda temporada, aliás, se passa em 1984, um ano marcante para a cultura pop, universo com citações marcantes já no trailer com "Thriller", hit de Michael Jackson, na trilha sonora, e os meninos vestidos com os uniformes dos Caça-Fantasmas.
Apesar de não terem referências diretas da época, eles garantem que não foi nenhum bicho de sete cabeças. "Não estamos totalmente desconectados, nossos pais são dessa época. Não é como se eles falassem: 'Não vamos contar nada sobre isso para as crianças'", brinca Gaten.
Finn capricha na intimidade com a tecnologia "de época" e diz que cresceu "usando um DVD player". "Não sei se chegamos a descobrir alguma coisa, mas a Millie não sabia o que era uma vitrola", conta.
Caleb conta que conhece as músicas e filmes da década graças aos pais, mas estranha um pouco a moda. "Tem muita coisa reciclada dos anos 80, como as hammer pants [calças largas popularizadas pelo rapper MC Hammer], que voltaram em 2012, por aí, e vão voltar de novo, de alguma forma. E uns penteados doidos", afirma.
* A repórter viajou a convite da Netflix.
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