Björk diz que Von Trier fez propostas sexuais e tentou invadir seu quarto
Björk aproveitou a campanha #metoo (eu também, em inglês) para detalhar o assédio sexual que sofreu de um "diretor dinamarquês". Apesar de ela não nomear o cineasta, é possível concluir que trata-se de Lars Von Trier, que trabalhou com a cantora no filme "Dançando no Escuro" (2000).
Em um texto publicado em seu perfil no Facebook nesta terça-feira (17), Björk afirmou achar difícil falar publicamente sobre o assunto, "especialmente quando você é imediatamente atacada por ofensores". "Eu simpatizo completamente com quem hesita, mesmo que por anos, mas sinto que é a hora certa, especialmente agora que isso pode contribuir para a mudança", acrescentou.
A artista então listou as atitudes do cineasta, que incluíam toques indesejados, propostas sexuais e até uma tentativa de entrar em seu quarto, no meio da noite.
Björk falou pela primeira vez sobre os assédios no domingo, dizendo que foi "punida" por recusar os avanços de Von Trier.
Pouco depois, o cineasta negou que tivesse assediado a cantora em declaração ao jornal dinamarquês "Jyllands-Posten": "Não foi o caso. Mas que definitivamente não éramos amigos, isso é fato". O produtor Peter Aalbaek Jensen, parceiro de Von Trier, chegou a dizer que os dois foram "vítimas" de Björk. "A mulher era mais forte do que eu, Lars e nossa companhia juntos", afirmou.
Leia abaixo o relato da cantora:
"1. Depois de cada tomada, o diretor colocava seus braços em volta de mim por um longo tempo na frente de toda a equipe ou quando estava sozinho, e me acariciava por vários minutos, contra a minha vontade.
2. Quando eu disse, depois de dois meses, que ele tinha que parar com os toques, ele explodiu e quebrou uma cadeira na frente de todos no set, como alguém que sempre pôde acariciar suas atrizes. Então todos nós fomos mandados para casa.
3. Durante toda a filmagem, houve propostas sexuais constrangedoras e indesejadas com descrições gráficas, às vezes com sua mulher ao lado.
4. Enquanto filmávamos na Suécia, ele ameaçou subir da varanda do seu quarto para o meu no meio da noite, com intenções claramente sexuais, enquanto sua mulher estava no quarto ao lado. Eu escapei para o quarto dos meus amigos. Isso foi o que finalmente me fez perceber a severidade do que acontecia e me manter firme.
5. Histórias falsas na imprensa sobre eu ser difícil de lidar, inventadas pelo produtor dele. Isso combina lindamente com os métodos e o bullying de [Harvey] Weinstein. Eu nunca comi uma blusa. Não tenho certeza de que isso seja possível.
6. Eu não cedi ou concordei em ser assediada sexualmente. Isso foi retratado como eu ser difícil. Se ser difícil é se opor ser tratada assim, então eu sou mesmo."
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