De fã a 1º protagonista negro, Boyega é a cara de um novo "Star Wars"
Depois de anos de espera, a primeira imagem que vimos da nova geração de “Star Wars” foi a dele: um stormtrooper sem capacete, assustado, no meio de um deserto. Depois do primeiro trailer de “O Despertar da Força”, há três anos, John Boyega, 25, estaria para sempre ligado ao universo criado por George Lucas.
E, como só descobriríamos mais tarde, o papel do jovem inglês seria nada menos que o primeiro stormtrooper a mostrar a cara na história dessa galáxia muito, muito distante.
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“Achei isso maravilhoso. Foi o que foi especial para mim quando me ofereceram o papel. Era diferente, era ‘História’ no universo de 'Star Wars'. Nunca tínhamos visto um stormtrooper de verdade tirar seu capacete”, conta um animado Boyega, em entrevista ao UOL. “Isso por si só adiciona muitas camadas a esse universo. E, ao mesmo tempo, me motivou a criar um cara heróico, épico, que é um pouquinho exagerado, e que tem que aprender sua identidade de trás para frente, ao contrário. É uma experiência estranha”.
Do lado dos fãs, o soldado da Primeira Ordem, que na época ainda não sabíamos o nome, foi recebido com certa polêmica. Muita gente achou estranho que ele não tivesse a cara do caçador de recompensas Jango Fett, que serviu de “pai” para o Exército de Clones criado lá na nova trilogia dos anos 1990 (no universo expandido da saga, é revelado que a Primeira Ordem sequestra bebês e os treina desde criança). Alguns poucos, mas virulentos fãs, simplesmente não aceitaram um stormtrooper negro.
Ídolo?
Inevitavelmente, Finn ganhava mais uma camada, mas felizmente havia um lado em que o amor superava o ‘hate’. Foi o caso do garotinho Matias, na época com 4 anos, que ainda nem conhecia “Star Wars” e se apaixonou pelo boneco de Finn. Sua foto com o brinquedo viralizou e chegou até o ator, que a republicou em seu Instagram.
Boyega ainda lembra dele, e promete visitar o Brasil em algum momento. “Isso com certeza vai acontecer! Eu preciso ir ao Brasil”, reage o ator, quando a reportagem mostra uma mensagem de Matias. “Definitivamente vou vê-lo em breve".
O ator entende o que é ser fã de alguma coisa --ele mesmo ama “Star Wars” desde pequeno (“Conheci 'Star Wars' através dos produtos da segunda trilogia. Ganhei um boneco do Darth Maul que eu carregava o tempo todo. Quando fiquei um pouquinho mais velho, me tornei um grande fã dos filmes originais e depois passei para os quadrinhos, os games. E desde então, não sei, apenas amo isso aqui”).
Mas ele ainda não se vê como um ídolo para a nova geração de fãs. “É estranho. É diferente. Penso em como músicos têm uma relação muito íntima com seu público, quando fazem shows e coisas assim. Nós não estamos lá quando os filmes são exibidos. Então, não sei como as crianças realmente se sentem em relação ao Finn ou a outras coisas. Quando os encontro, eles ficam apenas [faz sons de tiros de blaster]”, conta. Mesmo assim, diz que foi “legal pra caramba” quando viu um cosplay de Finn pela primeira vez.
Diversidade
Se ainda rejeita o rótulo de ídolo, Boyega entende que faz parte de uma onda de mudanças que está trazendo caras mais diversas para o cinema. “Com certeza há uma grande vantagem econômica em fazer isso, como já se provou muitas vezes com várias franquias diferentes”, comenta ele, sobre a forma como “Star Wars” abriu um espaço para minorias que antes eram apenas coadjuvantes no universo das grandes franquias fantásticas. Em “Os Últimos Jedi”, por exemplo, além de Finn, temos no centro da ação um latino (Poe Dameron), uma asiática (Rose) e várias mulheres que quebram tudo (Rey, Leia, Vice-Almirante Holdo e Capitã Phasma).
“Ao mesmo tempo, [a diversidade] é algo real, é muito mais interessante. As pessoas não se contentam mais com as formas batidas de entretenimento, elas querem mais, porque o mundo está mudando. Então, é importante acompanhar os tempos, e acho que isso é uma coisa legal de participar”, acredita.
E, mesmo na mesma faixa etária de seus novos fãs, o ator não se exime de fazer a diferença e trazer mais diversidade para o mundo do entretenimento, especialmente através da produtora que fundou.
“Eu não vejo como uma responsabilidade, mas como um objetivo. Se você está em uma posição em que pode fazer isso, em que tem essa opção, você pode explorar, e é algo que estou explorando”, diz. “Mas não só pensando em raça e gênero. Para mim, uma parte importante são os personagens. Também existe um estereótipo específico do que um ou uma protagonista deve ser. E isso nos faz perder uma coisa preciosa, que é a realidade, a vida real. Os heróis sobre os quais você ouve no noticiário não são assim”, conclui.
* A jornalista viajou a convite da Walt Disney Company
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