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"Arquivo X" volta com mudanças na mitologia e tecnologia à la Black Mirror

David Duchovny (Mulder) e Gillian Anderson (Scully) em cena de "Arquivo X" - Divulgação
David Duchovny (Mulder) e Gillian Anderson (Scully) em cena de "Arquivo X" Imagem: Divulgação

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

10/01/2018 11h04

No ano em que completa seu 25º aniversário, “Arquivo X” retornou à TV nesta quarta-feira (10) com sua 11ª temporada -- que também pode ser sua última. Talvez por isso mesmo não seja surpresa que o criador Chris Carter resolveu fazer uma revisão da mitologia da série e resgatar vários personagens que estão na memória dos fãs nos novos episódios.  Os dez capítulos da temporada serão exibidos pela Fox toda quarta-feira a partir das 23h. 

Os agentes Fox Mulder (David Duchovny) e Dana Scully (Gillian Anderson) estão de volta e, desta vez, procuram por seu filho adolescente, William, enquanto lidam com a enorme conspiração governamental que se tornou o foco da temporada anterior. Eles estão cercados de velhos conhecidos, como Walter Skinner (Mitch Pileggi), Jeffrey Spender (Chris Owen), Monica Reyes (Annabeth Gish) e o Homem Fumante (William B. Davis).

Principal inimigo da dupla, o Fumante – ou Canceroso, para os íntimos – é o maior responsável por dar uma chacoalhada na mitologia da trama.  A estreia, inclusive, dá grande espaço ao personagem: ele faz um grande monólogo enquanto flashbacks de seu passado mostram como ele ajudou a fabricar certas verdades, ao lado de imagens de líderes mundiais como o presidente norte-americano Donald Trump, o líder norte-coreano Kim Jong-Un e o presidente russo Vladimir Putin.

Ousado, Carter remexe em pontos estabelecidos de sua saga logo no primeiro episódio, com uma reviravolta que causou polêmica entre os fãs dos Estados Unidos, onde a série estreou antes (agora, ela passa a ser exibida com simultaneidade aqui e lá). Também alvo de controvérsia é a solução dada para o gancho deixado pela décima temporada, que é clichê e rasteira – mas deve ter desdobramentos nos próximos episódios.

Os mistérios sobrenaturais e alienígenas, que tornaram “Arquivo X” famosa nos anos 1990, mais uma vez cedem lugar a uma trama que privilegia as intrigas e as espionagens dentro do governo americano. E, já que estamos em 2018, a série também aproveita para falar sobre tecnologia e suas implicações éticas no segundo episódio, que explora um recurso que será extremamente familiar para fãs de “Black Mirror” – principalmente os que assistiram à quarta temporada da produção da Netflix.

Em sua 11ª encarnação, a segunda após um hiato de 14 anos, “Arquivo X” traz momentos divertidos e parece se encaminhar para uma nova – e provavelmente derradeira – conclusão. Gillian Anderson já avisou que não volta mais, e Chris Carter diz que não fará mais uma temporada sem a atriz. Resta acompanhar para saber o que será de Mulder e Scully.