Como série sobre adolescentes rebeldes se tornou 1º hit da Netflix em 2018
Enquanto muita gente curtia uma folga pós-Réveillon no comecinho de janeiro, a Netflix ainda estava sob os efeitos do furacão “Black Mirror”, que estreou sua quarta temporada nos últimos dias de 2017. Mas, no dia 5, uma estreia que pouco havia sido comentada tomou o serviço de streaming de assalto para, nos dias seguintes, se tornar seu primeiro grande sucesso de 2018: a ácida comédia “The End of the F***ing World” (algo como “o fim da p**** do mundo”, em tradução livre).
Seus protagonistas são uma dupla improvável: os desajustados James (Alex Lawther) e Alyssa (Jessica Barden), de 17 anos. Ele, um solitário que acredita piamente ser psicopata e fantasia com matar uma pessoa; ela, uma rebelde que não respeita nada nem ninguém, deixada de lado pela mãe e pelo padrasto. Os dois resolvem fugir de casa e dão início a uma jornada errática e sangrenta.
Adaptada de uma HQ de mesmo nome por Jonathan Entwistle, diretor que antes só havia feito comerciais e alguns curtas, a série é, no fundo, uma história de amadurecimento, traumas e descoberta do amor que se desenvolve de maneira nada convencional – James, afinal, escolhe Alyssa para ser sua primeira vítima humana.
No fundo, nenhum dos dois sabe o que fazer, o que fica claro com as espirituosas narrações que explicitam o que se passa na cabeça dos dois adolescentes e frequentemente contradizem suas falas.
O resultado, delicioso de se assistir, é bem diferente da maioria das séries adolescentes disponíveis por aí com seus mistérios, intrigas e fofocas. “The End of the F***ing World” é praticamente uma produção dos Irmãos Coen (“Fargo”), com uma pitada de delicada estranheza de um Wes Anderson (“O Grande Hotel Budapeste”) e uma dose de sarcasmo britânico, acompanhada de uma trilha de rock indie.
Está nos protagonistas um dos grandes trunfos da produção. Seria fácil demais odiá-los, já que adolescentes rebeldes não são exatamente os seres mais populares do mundo, mas tanto o roteiro quanto as atuações carismáticas de Jessica Barden e Alex Lawther (que alguns irão reconhecer do episódio “Shut Up and Dance”, da terceira temporada de “Black Mirror”) criam personagens multidimensionais e irresistíveis, que têm ótima química em cena.
Estouro e possível segunda temporada
A mistura foi impulsionada por um ingrediente certeiro: a curta duração, com oito episódios de mais ou menos 20 minutos cada – perfeita para a Netflix, que coproduziu a atração com o britânico Channel 4.
Por isso, quando a série estreou internacionalmente na plataforma, ela se tornou uma obsessão quase instantânea, "maratonável" em em menos de 3 horas. No próprio dia 5, fãs já cobravam a segunda temporada no perfil da empresa no Facebook, em uma publicação que já teve 19 mil curtidas e mais de 5 mil comentários. “Netflix, sua psicopata, cadê a segunda temporada? Se não chamo o James e a Alyssa pra passar na sua casa...”, escreveu um assinante. “Maratonei, e sinceramente Netflix... Não me decepcione e renovem pra segunda temporada porque essa série é do c***!”, afirmou outro.
A segunda temporada, porém, ainda é uma incógnita, já que a série contou toda a história da HQ original. Mas há bons sinais: em entrevista à revista “Entertainment Weekly”, Entwistle disse que também quer saber o que acontece depois. “Acho que James e Alyssa são tão incríveis que seria interessante ver o que acontece depois. Acho que está meio aberto – e não necessariamente depende de mim”.
E não seria a primeira vez que a Netflix extrapolaria seu material base. O outro fenômeno adolescente da plataforma, “13 Reasons Why”, irá ganhar neste ano uma segunda temporada, que vai além do arco da história idealizada originalmente pelo escritor Jay Asher.
Boas chances dos fãs terem uma ótima notícia vindo aí.
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