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Mulher relembra assédio de Michael Douglas: "Humilhada"

Michael Douglas foi acusado de se masturbar diante de ex-funcionária - Getty Images
Michael Douglas foi acusado de se masturbar diante de ex-funcionária Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

19/01/2018 11h59

A mulher que acusa Michael Douglas de abuso sexual se pronunciou pela primeira, vez em uma reportagem publicada pela revista “The Hollywood Reporter”. Susan Braudy detalhou as acusações contra o ator, que na semana passada se adiantou e negou qualquer tipo de má conduta, som nomeá-la.

Escritora e jornalista, Braudy trabalhou para Douglas nos anos 1980, quando ela estava em seus 40. Ela foi contratada para comandar o escritório da produtora do ator, a Stonebridge Productions e tinha como funções “ler roteiros, contratar e supervisionar roteiristas e talvez principalmente, ficar de babá para Michael no apartamento dele”, segundo o relato.

Braudy afirma que, durante o tempo em que trabalhou para Douglas, sofreu “assédio sexual que incluía o uso quase constante de linguajar ofensivo e sexual, comentários desabonadores sobre sua aparência, discussões explícitas sobre suas amantes e mais”. Ela ainda diz que o ator se masturbou em frente dela durante uma reunião.

“Michael abriu o zíper da calça e eu percebi que algo estava errado”, escreveu a jornalista. “Eu olhei para ele e vi que ele estava com as duas mãos dentro das calças abertas. Eu percebi, para o meu horror, que ele estava esfregando suas partes íntimas. Em questão de segundos a voz dele falhou e me pareceu que ele havia tido um orgasmo”.

Braudy deixou o apartamento imediatamente. “Eu não disse nada. Fiquei surpresa de não estar caindo aos pedaços, apesar de ter sido humilhada. Percebi que ele achava que poderia fazer o que quisesse porque ele era muito mais poderoso do que eu. Michael correu descalço atrás de mim até o elevador, fechando o zíper e abotoando o cinto: ‘Obrigado, você é ótima. Você me ajudou, obrigado’”.

Após o ocorrido, a autora contou o que havia acontecido a poucos amigos, que confirmaram a informação à “Hollywood Reporter”.

Nos dias seguintes, segundo Braudy, o relacionamento profissional entre ela e Douglas se deteriorou. “Quando ele me pediu para assinar um acordo de confidencialidade, sabia que Michel estava se preparando para me demitir”, recordou. Aconselhada por seu advogado, ela nunca assinou o contrato – e acabou demitida ao fim de 1989.

A jornalista ainda contou que o ator fazia constantes comentários sobre o seu corpo e, para evita-los, ela começou a usar roupas longas e pretas. “Ele perguntou a um produtor ‘por que a Susan se veste como uma freira grávida?’ Outra vez, eu ri alto e ele gritou, para um um grupo de agentes ‘oh, ela grita! Aposto que ela grita na cama’. Eu rebati: ‘por favor, não fale assim, é inapropriado’. Isso fez ele rir até ficar com manchas cor de rosa nas bochechas”.

Douglas, segundo Braudy, ainda tinha o costume de falar abertamente no trabalho sobre seus casos com a atriz Kathleen Turner e uma herdeira europeia.

A resposta de Douglas

Procurado pela “Hollywood Reporter”, Douglas enviou um comunicado em que chama a história de “uma grande e infeliz mentira” e criticou Braudy.

“Essa pessoa é uma veterana da indústria, uma executiva, uma autora publicada e ativista do movimento das mulheres – alguém com uma forte voz agora, assim como na época em que ela trabalhou para a minha empresa três décadas atrás. Em nenhum momento ela expressou o menor desconforto com o nosso ambiente e comigo pessoalmente. Isos porque em nenhum momento, em nenhuma circunstância, eu me comportei inadequadamente com ela”.

“Linguagem vulgar e conversas privadas com meus amigos que possam tê-la perturbado estão bem longe de assédio. Sugerir que não é um verdadeiro desserviço àqueles que realmente sofreram assédio sexual e intimidação”, completou.