Topo

"Robin Hood" abre Cannes e Crowe deixa entrever sequência

Russell Crowe em cena de ""Robin Hood"" - Divulgação
Russell Crowe em cena de ''Robin Hood'' Imagem: Divulgação

12/05/2010 12h48

Por Mike Collett-White

CANNES - O Festival de Cinema de Cannes começa nesta quarta-feira com a première mundial de "Robin Hood", a versão épica criada por Ridley Scott que busca explicar como o herói lendário se torna um fora-da-lei que rouba dos ricos para alimentar os pobres. O neozelandês Russell Crowe representa o corajoso arqueiro do século 13, ao lado da australiana Cate Blanchett no papel de Marion, em uma adaptação cheia de ação que sugere que os chefes do estúdio Universal Pictures possam estar cogitando em uma sequência.

"Não há cinismo nisso: não temos dois outros roteiros debaixo do leito de Ridley no hospital", disse Crowe a jornalistas após a sessão do filme reservada à imprensa e antes do evento de gala, com tapete vermelho, que marcará a abertura oficial dos 12 dias do festival em Cannes. "É claro que o estúdio tem uma cifra em mente e que, se passarmos de uma certa cifra, ele nos telefonará e dirá 'que tal contar a segunda parte da história', mas não há nenhum plano grandioso nesse sentido."

"Isto é cinema em grande escala... e, se eu tiver a oportunidade de mostrar com Ridley e Cate o que vem a seguir, então ótimo, vamos fazer." 

Ridley Scott não pôde ir à França em função de uma cirurgia no joelho. Indagado por que aceitou fazer um papel representado anteriormente por Errol Flynn, Douglas Fairbanks e Kevin Costner, Crowe respondeu: "Será que acredito nas motivações e na história anterior apresentadas em qualquer das versões anteriores de Robin Hood já mostradas?"

"Quando comecei a pensar desde esse ponto de vista, a resposta era 'não'. Eu quis descobrir quais eram as motivações essenciais do altruísmo desse homem." Blanchett, que representa uma versão corajosa e independente de Marion, também disse que não se inspirou em versões anteriores da personagem, como as de Audrey Hepburn ou Olivia de Havilland.

"Eu sempre quis ser Robin Hood e não Marian, mas já havia alguém para fazer o papel", disse ela. "Robin Hood" é um dos poucos títulos americanos no festival de Cannes este ano, refletindo os receios presentes em relação à economia mais ampla e tornando a edição 2010 do evento relativamente modesta em termos de astros e estrelas.

"Talvez a principal razão disso seja a crise financeira, porque o cinema é uma indústria que requer muito dinheiro", disse à Reuters o diretor do festival, Thierry Fremaux. "Robin Hood" será exibido fora da competição principal de Cannes, que tem 19 filmes, todos de diretores homens, e na qual o único trabalho americano é "Fair Game", de Doug Liman, com Sean Penn e Naomi Watts, esta no papel de Valerie Plame, a agente da CIA cujo disfarce foi revelado ao mundo em 2003.