"Carros Usados" ironiza cultura de vendedores dos EUA
SÃO PAULO - "Carros Usados Vendedores Pirados", estreia dessa sexta-feira, em circuito nacional, dirigido por Neal Brennan, é um daqueles típicos filmes de sessão da tarde, que assistimos quando não temos opção melhor. É uma comédia ingênua, com algumas boas piadas, mas que deve funcionar mais com o público norte-americano.
O filme até começa bem e promete ser uma sátira aos vendedores americanos, que se formam na escola da vida, e são capazes de vender dentaduras para galinhas. Para eles, não existe venda perdida e é tudo uma questão de encontrar o cliente certo para o produto certo, desde que ele seja estimulado adequadamente. E, para concretizar um negócio, vale tudo, principalmente mentir.
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Don Ready (Jeremy Piven, de "RocknRolla - A Grande Roubada") é o grande vendedor de uma equipe liderada por Brent (David Koechner) especializada em ajudar lojas de carros com dificuldades em seus negócios. A tarefa deles é aumentar as vendas e tirar as empresas do vermelho.
A equipe, integrada ainda por Jibby (Ving Rhames, de "Missão Impossível 3") e Babs (Kathryn Hahn, de "Foi Apenas um Sonho") é contratada por Ben Selleck (James Brolin, de "Tinha que Ser Você") para salvar sua revendedora de automóveis, numa pequena cidade no interior dos Estados Unidos.
Eles desembarcam no aeroporto como se fossem agentes do FBI prestes a desvendar crimes insolúveis. Eles confiam demais em suas qualidades de vendedores, mas o preço que pagam é viver na estrada, se hospedando em hotéis baratos e sem construir laços afetivos por onde passam.
Don é o mais ousado de todos, sempre com uma tática na ponta da língua para convencer um comprador relutante. Mas, ao assumir a missão de salvamento da revendedora de carros de Ben, o quarteto vai se envolver mais do que deveria. Don, por exemplo, se apaixonará por Ivy (Jordana Spiro), filha do dono da empresa, mas ela é noiva do filho do principal concorrente de seu pai.
O desafio do grupo de vendedores é esvaziar o pátio da loja de Ben, com cerca de 200 veículos encalhados, em apenas um fim de semana. A dificuldade maior será resolver seus problemas pessoais, que eles fingem esquecer.
O filme celebra essa vocação empreendedora dos americanos e procura arrancar risadas num momento em que os negócios não andam muito bem no país de Barack Obama e a crise bate à porta das famílias. Talvez as técnicas pouco convencionais desse quarteto fantástico de vendas possa ser útil às grandes montadoras que estão amargando prejuízos com seus carros encalhados.
(Por Luiz Vita, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
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