"15 anos e Meio" focaliza conflito entre pais e jovens
SÃO PAULO - Transitando pelos diferentes gêneros com a mesma versatilidade, o tarimbado ator Daniel Auteuil ("Caché") é o grande destaque do elenco da comédia familiar francesa "15 Anos e Meio".
Escrita e dirigida pelos amigos François Desagnat e Thomas Sorriaux, cujos filmes de baixo orçamento jamais chegaram às telas brasileiras, a produção discute os conflitos entre gerações. Nesta sexta (9), o filme estreia apenas em São Paulo - já está em cartaz no Rio.
A história não é nova. Pai ausente (Auteuil) vê-se obrigado a cuidar da filha, agora adolescente, gerando situações que oscilam entre o drama e o humor.
O protagonista é Philippe Le Tallec, um cientista francês, radicado há 15 anos nos EUA. Ele deve voltar ao seu país para vigiar Églantine (Juliette Lamboley), sua filha de 15 anos e meio (daí o título), enquanto a mãe faz uma viagem.
Depois de anos sem contato, o antagonismo entre os dois é imediato. Repressor, Philippe tenta impor regras inconcebíveis na visão de Églantine. Enquanto isso, a adolescente vê na atitude autoritária do pai uma oportunidade de fazer o que bem entender, utilizando-se da culpa como subterfúgio.
Uma das curiosidades da trama é a utilização de recursos de cena muito comuns no cinema e na TV, mas que Desagnat e Sorriaux conseguem trabalhar de forma eficiente.
Basicamente, Philippe alucina durante suas conversas com os demais personagens. Ele sonha acordado com situações hipotéticas - e divertidas - que poderiam resolver seus conflitos.
Sem dar espaço para grandes atuações, o que sobra em "15 Anos e Meio" está no que corre paralelo à relação entre os protagonistas. Os roteiristas acertam na escolha dos coadjuvantes, que trazem o diferencial a esta história, que caminha sempre nas vias do lugar comum.
(Por Rodrigo Zavala, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
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