"O Grão" traz o arcaico e o contemporâneo do Nordeste
SÃO PAULO - Realizado em 2007 e, nestes três anos, percorrendo uma série de festivais, inclusive internacionais, como o de Viña del Mar (Chile), onde obteve o prêmio de melhor filme, o drama "O Grão" só agora está chegando aos cinemas. Nesta sexta, estreia em São Paulo.
O cearense Petrus Cariry, curta-metragista respeitado e premiado por trabalhos como "A Velha e o Mar" (2005) e "Dos Restos e das Solidões"(2006), estreia em longa-metragem com este trabalho, a partir de um roteiro de seu pai, o também cineasta Rosemberg Cariry, com a colaboração do próprio Petrus e de Firmino Holanda.
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Um dos mais respeitados representantes do cinema nordestino, Rosemberg é diretor da ficção "Siri-Ará" (2008) e do documentário "Patativa do Assaré - Ave Poesia"(2009).
Em "O Grão", a protagonista é Perpétua (a atriz de teatro Leuda Bandeira). Muito ligada ao neto Zeca (Luís Felipe Ferreira), a velha senhora decide prepará-lo para a possibilidade de sua morte, contando-lhe fábulas, como a de um rei e rainha muito ricos, que perderam o filho e fazem de tudo para tentar trazê-lo de volta à vida.
Num ambiente rural e despojado, esse relacionamento entre avó e neto, que se desenvolve através das palavras e da imaginação, encontra um contraponto no esforço de um modesto casal de pais, Damião (Nanego Lira) e Josefa (Verônica Cavalcante) para preparar o casamento da filha, Fátima (Kelvya Maia).
As duas histórias vão se entrelaçando numa narrativa sempre enxuta e econômica, que aposta muito na riqueza visual da fotografia de Ivo Lopes Araujo, bem como no apuro do som (de Danilo Carvalho) e da trilha sonora de Liduíno Pitombeira.
(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
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