Clint Eastwood defende órgão de cinema britânico ameaçado de extinção
Por Mike Collett-White
LONDRES (Reuters) - O ator e diretor de Hollywood Clint Eastwood exortou o ministro das Finanças britânico, George Osborne, a rever os planos de extinguir o Conselho de Cinema do Reino Unido (UKFC), medida anunciada no mês passado como parte da política de austeridade do governo.
Uma carta do diretor e ator várias vezes premiado com o Oscar é o acréscimo mais recente a uma campanha de grandes nomes para salvar um grupo que faz lobby em favor do cinema britânico e investe 15 milhões de libras (24 milhões de dólares) por ano em filmes locais.
"O UKFC nos forneceu as informações cruciais e detalhadas que precisávamos para tomar nossa decisão de filmar no Reino Unido", escreveu Eastwood, aludindo à produção de seu filme mais recente, "Hereafter", estrelado por Matt Damon.
Em carta endereçada a Osborne e assinada também pelo produtor Robert Lorentz, Eastwood disse que o conselho presta assessoria sobre questões que incluem o sistema tributário britânico e a disponibilidade de equipes técnicas no país.
"Sem essa assistência nas primeiras etapas da pré-produção, a probabilidade de uma filmagem em Londres teria diminuído muito." A carta de Eastwood chegou após um apelo escrito semelhante publicado no jornal The Telegraph na semana passada e assinada por mais de 50 atores, incluindo James McAvoy e Emily Blunt.
A coalizão de conservadores e democratas liberais está buscando reduzir custos para fazer frente a um déficit orçamentário recorde, e diversos departamentos enfrentam cortes de cerca de 25 por cento em uma revisão de seus gastos a ser anunciada em outubro.
O ministro da Cultura Jeremy Hunt defendeu sua decisão de abolir o Conselho de Cinema, que tinha 75 funcionários.
"Impedir que sejam gastas verbas públicas com uma organização de cinema que é quase uma ONG não é o mesmo que impedir que seja gasto dinheiro com o cinema", escreveu ele no domingo no semanário The Observer, acrescentando que os incentivos fiscais para a produção de filmes, vistos pelo setor como cruciais para atrair a produção de filmes para o país, vão continuar.
Hunt também fez críticas aos salários dos funcionários do Conselho de Cinema, acrescentando: "Em tempos como estes, simplesmente não é aceitável financiar uma organização como o Conselho de Cinema do Reino Unido, no qual nada menos de oito dos executivos principais recebem mais de 100 mil libras por ano."
A maioria dos produtores e diretores que se expressou publicamente sobre a iniciativa criticou o ministro da Cultura, argumentando que o apoio do conselho ajudou a converter o cinema britânico em liderança no cinema mundial.
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