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Fundador de Sundance, Redford diz que filme sobre Belafonte é "história que deve continuar a ser contada"

Cena do filme "Sing Your Song", documentário sobre o cantor Harry Belafonte - Divulgação
Cena do filme "Sing Your Song", documentário sobre o cantor Harry Belafonte Imagem: Divulgação

21/01/2011 14h44

Por Bob Tourtellotte

PARK CITY, EUA - O Festival Sundance de Cinema começou na noite de quinta-feira com um formato novo: quatro longas-metragens em lugar de apenas um, incluindo um documentário sobre o cantor de calipso Harry Belafonte e um drama sobre lésbicas teens.

O documentário "Sing Your Song" destaca o ativismo social do cantor de 83 anos de "Banana Boat Song" e "Scarlet Ribbons". Belafonte esteve na vanguarda do movimento pelos direitos civis nos EUA, participando da luta contra o apartheid na África do Sul e de esforços para acabar com a violência de gangues nas ruas de Los Angeles.

O fundador do festival Sundance, Robert Redford, disse que o filme sobre Belafonte é "a história de um homem que deve continuar a ser contada por gerações ainda", e o documentário foi ovacionado em pé.

Os outros filmes exibidos na inauguração do festival foram "Pariah", história de uma jovem negra homossexual que anseia por sair do armário, "The Guard", comédia policial irlandesa com Don Cheadle e Brendan Gleeson, e "Project Nim", documentário britânico sobre um chimpanzé criado como ser humano, em um experimento etnicamente questionável.

O festival - que acontece anualmente e destaca filmes independentes - acontece até 30 de janeiro, enquanto trabalhos ousados descobertos em sua edição do ano passado, incluindo "Minhas Mães e Meu Pai" e "Inverno da Alma", disputam atenções na temporada de premiações de Hollywood.

O chefe de programação de Sundance, John Cooper, que exerce essa função há dois anos, disse à Reuters que a seleção de 115 longas deste ano reflete um desejo dos diretores de olhar a realidade de frente e criar histórias sobre como eles se encaixam no mundo.

"Os diretores estão mais voltados às suas verdades interiores e às histórias que têm para contar", disse Cooper. "Há vários filmes que falam de religião, fé e redenção, e de certo modo não podemos deixar de pensar que isso tenha alguma relação com o mundo em que estamos vivendo."