Criador de seriado "Raymond" sofre na Rússia e conta a história em filme
Por Jill Serjeant
LOS ANGELES, EUA - A família de "Everybody Loves Raymond" teria mais companhia ainda, quando o criador da série viajou a Moscou para contribuir em uma adaptação russa de sua comédia de TV.
Mas quando chegou à Rússia, Phil Rosenthal logo descobriu que os russos não partilhavam de seu gosto pelo absurdo da vida cotidiana em família, se recusaram a pagar por uma plateia no estúdio e queriam colocar em Raymond uma dona de casa usando salto alto.
Pior ainda, os roteiristas de televisão russos não hesitaram em dizer a Rosenthal que um dos mais amados seriados dos Estados Unidos não era realmente engraçado.
TRAILER DO FILME ''EXPORTING RAYMOND''
Rosenthal conta a história engraçada e terrível em "Exporting Raymond", que estreia nos cinemas dos EUA na sexta-feira. O documentário marca a sua primeira incursão no cinema.
"'Everybody Loves Raymond' é exibido dublado ou legendado em 148 países, então eu fui convencido de que funcionaria bem melhor do que funcionou Rússia", disse Rosenthal à Reuters em uma entrevista recente. "Eu acreditei que havia algum elemento que possivelmente seria universal."
Estrelado pelo comediante Ray Romano no papel do colunista esportivo descontraído Raymond Barone, e Patricia Heaton como sua mulher irritadiça, Debra, "Everybody Loves Raymond" é baseado na vida de Rosenthal. Ficou no ar por nove anos em horário nobre até 2005, e as reprises continuam a ser exibidas.
Rosenthal foi enviado a Moscou em 2008 para ajudar a supervisionar a versão russa do seriado, chamada "Todos Amam Kostya". As coisas já começaram um pouco sinistras, quando foi informado que precisava de seguro para sequestro e resgate. Mas sua maior preocupação era convencer um grupo instável de produtores, diretores, roteiristas e atores quanto ao humor do seriado sobre a vida familiar.
"Meu medo de ser sequestrado foi substituído pelo medo do que iam fazer com meu seriado. Eu não sabia que não permitiriam uma plateia de estúdio, que é muito importante para mim", disse ele. "Eles me deram a desculpa de que teriam que comprar assentos. Eu disse que pagaria pelos assentos", completou.
Por um período de nove meses, Rosenthal também brigou por conta do elenco, atuação e figurino. A glamorosa figurinista Elena estava determinada a vestir a personagem de Debra em trajes extravagantes de festa, a fim de ensinar as mulheres russas como se vestir.
Mas Rosenthal insiste que "Exporting Raymond" não se destina a fazer pouco da indústria da televisão russa. "A verdade é que eu tive os mesmos problemas nos EUA, só que com um sotaque diferente. O 'não' criativo que você ouve é o mesmo em todas as línguas. É bom saber que os executivos são os mesmos em todo o mundo."
"A piada era eu. O filme pode ser sobre um cara que pensa que é o máximo numa coisa, até ir para uma terra onde ninguém se importa", ele disse, rindo.
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