Julie Andrews receberá homenagem em Los Angeles
Por Les Spindle
LOS ANGELES, EUA - Mais de seis décadas após a estreia profissional, em 1947, Julie Andrews conserva em alta sua popularidade entre todas as gerações.
A vida artística começou em seu país de origem, a Inglaterra, onde se apresentou em concertos, teatro de revista e programas de rádio, ganhando fama por sua voz singular que abrangia quatro oitavas.
Mais tarde, tornou-se estrela de cinema, teatro, televisão e gravações musicais. Nesta segunda-feira o teatro Geffen Playhouse, em Los Angeles, fará uma homenagem a Julie Andrews em um evento de levantamento de fundos.
Andrews, de 75 anos, falou recentemente sobre sua carreira e as lições que sua jornada criativa lhe ensinaram.
Você teve uma carreira muito diversificada e aplaudida. Quando era artista jovem na Inglaterra, já sonhava com algumas das coisas que aconteceriam mais tarde?
Julie Andrews: Acho que as coisas que aconteceram superaram de longe meus sonhos mais malucos. Quem teria imaginado que minha vida teria viradas tão maravilhosas e que eu teria a sorte de estar no lugar certo, no momento certo? Fazer apresentações é sempre um processo de aprendizado, mesmo hoje.
O que, em sua formação inicial, a preparou para as oportunidades?
Julie Andrews: Nunca é possível saber exatamente quando se está preparado. Você mergulha de cabeça. Mas acho que os primeiros anos foram de aprendizado inicial de algumas disciplinas. Quando você viaja com uma companhia de teatro de revista, enfrenta plateias muito diferentes, dependendo do dia da semana, de quantas horas os pubs já estiveram abertos e coisas desse tipo. Mas foi apenas anos mais tarde que percebi quão ótima tinha sido minha base. Ela me deu condições de subir sobre um palco e cantar.
Quais realizações suas você considera seus trabalhos que mais valeram a pena?
Julie Andrews: "My Fair Lady", obviamente, e, logo depois, "Camelot". Imagine a sorte de uma garota de poder trabalhar primeiramente com Rex Harrison e depois Richard Burton, podendo observar e estudá-los? Depois, quando a Walt Disney me ofereceu "Mary Poppins", seguido pouco depois por "A Noviça Rebelde". Mais tarde houve os trabalhos que fiz com Blake Edwards (roteirista, diretor e seu marido, já falecido), que enxergou outros aspectos de minha personalidade que podiam ser destacados.
Com Edwards, você fez muitos filmes, além da adaptação teatral de "Vitor ou Vitória". Trabalhar com seu marido foi um desafio?
Julie Andrews: É um pouco difícil quando você está fazendo uma cena de amor com um ator e seu marido diz "está ótimo, querida, mas sei que você é capaz de fazer bem melhor". Você se sente um pouco tola. Mas, trabalhando com ele, sempre me senti muito protegida, sabendo que teria segurança em qualquer coisa que fizesse.
Além de Blake Edwards, que outras pessoas a ajudaram muito em sua carreira?
Julie Andrews: Lerner e Loewe, e também Moss Hart. Rodgers e Hammerstein foram muito generosos e gentis: escreveram o musical televisionado "Cinderela" para mim. Além disso, diretores como George Roy Hill e Robert Wise. Outra pessoa que exerceu influência enorme sobre mim foi o coreógrafo Michael Kidd, que me ajudou muito.
Você fez sua estreia na direção há alguns anos com "The Boy Friend". Gostaria de dirigir outros trabalhos?
Julie Andrews: Sim, eu amei dirigir, achei altamente estimulante. Tenho um trabalho - um dos livros infantis que escrevi com minha filha (Emma Walton Hamilton) está sendo adaptado para o teatro, e eu espero poder dirigi-lo. O título é "The Great American Musical". Está sendo desenvolvido pela Goodspeed Opera House, e esperamos estrear ainda este ano.
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