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Diretor de "Harry Potter" mira filme "enxuto" com o término da saga

O diretor David Yates participa da première do filme "Harry Potter e as Relíquias da Morte, parte 2" em Londres (12/7/2011) - REUTERS/Lucas Jackson
O diretor David Yates participa da première do filme "Harry Potter e as Relíquias da Morte, parte 2" em Londres (12/7/2011) Imagem: REUTERS/Lucas Jackson

13/07/2011 16h10

NOVA YORK (Reuters Life!) - O diretor britânico David Yates passou os últimos seis anos e meio de sua vida levando às telonas o mundo mágico de Harry Potter. O diretor, de 47 anos, fez os últimos quatro filmes dos oito baseados nos livros best-sellers da autora J.K. Rowling.

Esta semana, enquanto a franquia chega ao fim com o lançamento de "Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2", Yates conversou com a Reuters sobre o ponto final na experiência épica e quais seus planos para o futuro.

Por que você aceitou fazer estes filmes?
Foi uma oportunidade boa demais para ser recusada. Eu não tinha lido os livros quando me convidaram. Eu falei "meu Deus, preciso ler um dos livros". Foi tão engraçado e encantador, então eu rapidamente li o segundo. Era difícil abandonar aquele mundo, e, depois que comecei, todo o mundo foi ótimo. Me convidaram a continuar dirigindo, e eu disse 'sim'. Me convidaram para continuar novamente, aceitei mais uma vez, e depois disso eu não quis ser o sujeito que fez os dois filmes do meio.

Como o filho do meio?
Exatamente. Quando você é o filho do meio, ninguém o leva a sério. Então continuei.

Foi uma decisão consciente manter o ambiente desse último filme bastante maduro?
Uma maneira de fazer com que a série toda permaneça relevante é fazer com que ela amadureça juntamente com o público, e isso foi a coisa mais importante para mim. O público pode ter tido 6, 7 ou 8 anos quando começou; agora são pessoas de 16, 17 ou 19 anos. Elas não querem mais ser tratadas como crianças e assistir a coisas bonitinhas. Outra coisa é que as crianças pequenas adoraram levar um susto. Eu adorava um susto quando era pequeno.

Agora que você já tem esses blockbuster em seu currículo, qual será seu próximo passo?
Vou fazer um filme pequeno, enxuto, com um orçamento minúsculo. Ainda não sei o que vai ser. Com filmes grandes, você fica um pouco mimado, porque tudo está à mão. E isso não é saudável. A gente precisa se afastar disso e voltar a sentir um desafio.

Seu primeiro filme foi "When I was a Girl". Como você cresceu desde então, como diretor?
Uau. Quase morri para fazer aquele filme. Tinha 16 minutos de duração e quase acabou comigo. Porque o primeiro filme é o filme mais difícil de fazer. É doloroso. Naquela época eu estava muito mais interessado nas lentes, nas câmeras e todos os equipamentos. A gente fica obcecado pelas coisas erradas. Eu mudei sobretudo porque hoje me preocupo com as coisas que realmente importam, ou seja, a história, a atuação, o roteiro e a encenação.

ASSISTA O TRAILER DE "RELÍQUIAS DA MORTE - PARTE 2"

Que características você gostaria que as pessoas procurassem quando sabem que estão assistindo a um filme de David Yates?
Essa é uma pergunta que me fazem com frequência e é muito difícil de responder. Mas perguntei ao produtor David Heyman, "por que vocês me escolheram e por que me mantiveram por quatro filmes?". E ele disse: "Seu trabalho possui humanidade. Você realmente ama os personagens, e há calor humano e empatia nos personagens. Gosto disso". Honestamente, não faço ideia. Quando eu me aposentar, vou olhar para trás e saberei. (por Por Paula Rogo)