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Em "Professora Sem Classe", Cameron Diaz tenta fazer humor ousado

18/08/2011 15h53

Estrelado por Cameron Diaz, "Professora Sem Classe" é um filme frustrante, supostamente ousado, mas, no fundo, bem careta. O bom trocadilho do título nacional é a única coisa minimamente sagaz que há no filme. Então, melhor ficar apenas admirando o pôster.

Cameron Diaz é uma professora chamada Elizabeth. Ela odeia seu trabalho, mas vê nele o trampolim para uma vida melhor quando chega um novo colega na escola, o professor Scott (Justin Timberlake), herdeiro de uma fortuna de fabricantes de relógios.

O único objetivo na vida de Elizabeth é conseguir dinheiro para o seu implante de silicone nos seios. E, para isso, não mede esforços - especialmente envolvendo seus alunos. Seu maior empecilho é a professora caxias Amy (a ótima Lucy Punch, de "Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos"). Por outro lado, o treinador bonachão Russell (Jason Segel) pode ajudá-la em seus planos, graças à sua paixão platônica por ela.

TRAILER DO FILME ''PROFESSORA SEM CLASSE''

"Professora Sem Classe" se esforça para ser uma versão feminina das comédias de Judd Apatow ("O Virgem de 40 Anos") e daquelas de Todd Phillips (da série "Se Beber Não Case"), mas o que o filme faz lembrar mesmo é de "Tudo para Ficar com Ele", cheio de palavrões, situações vulgares e humor de gosto duvidoso. Nada disso seria um problema se fosse bem articulado no roteiro, ou na interpretação nada inspirada de Cameron.

Quem se destaca mesmo é a inglesa Lucy Punch, que já havia roubado cenas como a namorada burrinha de Anthony Hopkins em "Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos", de Woody Allen. Cabe a ela a tarefa de injetar um pouco de humor a "Professora Sem Classe", no papel da rival de Elizabeth no trabalho e no coração de Scott.

Ela seria uma espécie de vilã boazinha no filme - mas como Cameron e seu personagens são tão chatos, Amy tem alguns dos melhores momentos.

Com seu senso de humor equivocado e escassez de boas piadas, a suposta audácia de "Professora Sem Classe" é um tiro no pé. O filme quer ser engraçado, mas nunca se joga de vez na sua ousadia. É engraçadinho, mas, ao mesmo tempo, quer garantir nota por bom comportamento.

(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb