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Clima retrô e participações especiais marcam divertido reencontro da trupe de "Os Muppets"

Cena de "Os Muppets", com Kermit, Mary (Amy Adams) e Gary (Jason Segel) - Divulgação
Cena de "Os Muppets", com Kermit, Mary (Amy Adams) e Gary (Jason Segel) Imagem: Divulgação

01/12/2011 10h36

SÃO PAULO (Reuters) - Seja lá quem for que teve a brilhante ideia de ressuscitar os Muppets, merece todos os aplausos do mundo - especialmente porque o novo filme da trupe de bonecos é diversão do começo ao fim. E, a melhor notícia: para adultos e crianças.

Há um inegável senso de nostalgia no longa "Os Muppets", dirigido por James Bobin - mas o resultado não é melancólico. Olha para o passado, mas não se esquece do presente e do futuro, ou seja, das crianças de hoje e da possibilidade de uma franquia que pode, novamente, durar anos. O filme circula em cópias dubladas e legendadas.

Quem via os Muppets décadas atrás na televisão e em alguns filmes vai reencontrar o humor ingênuo, que, por isso mesmo, é capaz de fazer rir. Os personagens criados por Jim Henson, aliás, são como crianças, com suas tiradas despidas de ironia ou cinismo. Combinado a isso está o despojamento deste longa, em que os personagens não apenas riem de si mesmos, mas também do filme.

O único senão desta nova versão é que o sapo, conhecido no Brasil como Caco, agora atende aqui também pelo nome original, Kermit. Pura bobagem globalizada e desnecessária.

O roteiro é assinado por Jason Segel ("Professora sem Classe"), que também atua no filme, como irmão de Walter, que seria um Muppet mas, como vive com seu irmão humano, é uma figurinha meio perdida no limbo do existencialismo.

Mas isso pouco importa, porque ele é o fã número um dos Muppets e fica bastante deprimido quando viaja com o irmão e a noiva deste, Mary (Amy Adams, que há muito não se via tão meiga e engraçada), para a Califórnia, onde pretende visitar o teatro e os estúdios de seus ídolos.

Quando se descobre que a trupe não existe mais, resolvem procurar o sapo e sugerir uma reunião. Isso vem a calhar, porque um barão do petróleo (malevolamente interpretado por Chris Cooper) quer derrubar o teatro, pois há algo de muito precioso em seu subsolo. Para salvar o palco onde foram famosos, os Muppets devem se unir e fazer um Teleton, para arrecadar dinheiro.

A história, claro, é bem simples, mas dessa simplicidade Bobin e companhia conseguem tirar algumas lições de vida - nada didaticamente chato ou panfletário como "Happy Feet 2" - e muitas risadas.

O reencontro de alguns personagens é memorável. O urso piadista Fozzie trabalha num show de segunda, que imita os verdadeiros Muppets. Já Miss Piggy tem a posição que merece: é a editora da revista "Vogue" francesa.

Isso, aliás, resulta num dos melhores momentos do filme: sua secretária é vivida por Emily Blunt, praticamente repetindo seu papel de "O Diabo veste Prada". O elenco também inclui Jack Black, Zach Galifianakis, Selena Gomez e Whoopi Goldberg.

Longe dos efeitos digitais que entulham o cinema infantil, "Os Muppets" é divertidamente retrô e encontra diálogo com adultos e crianças - não necessariamente pelos mesmos motivos.

A trilha sonora, diga-se de passagem, está longe do que se esperaria de um filme infantil, com versões para músicas de Paul Simon, Nirvana e Jefferson Starship. Mas e daí? Os Muppets nunca foram convencionais mesmo.

(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb