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Sem ligação direta com as histórias do ogro Shrek, "Gato de Botas" mostra as peripécias do felino fora da lei

Cena da animação "Gato de Botas", dirigida por Chris Miller - Divulgação
Cena da animação "Gato de Botas", dirigida por Chris Miller Imagem: Divulgação

08/12/2011 10h09

SÃO PAULO (Reuters) - A lembrança mais forte que muita gente tem de "Shrek 2" (2004) é do felino de olhos grandes e melancólicos fazendo cara de coitado e segurando seu chapéu todo encolhido quando queria convencer alguém. Ele, claro, é o Gato de Botas que, finalmente, ganha um filme só seu, que chega aos cinemas brasileiros nesta sexta-feira (9), em cópias dubladas e legendadas - ambos nas versões convencional e 3D.

O personagem criado pelo francês Charles Perrault, no século 17, ganha uma nova roupagem nessa história, que combina vários contos de fada com resultado um tanto desigual - favorecendo mais o protagonista, por razões óbvias, e transformando num chato quase insuportável o ovo Humpty Dumpty.

O roteirista Tom Wheeler mistura tudo - gato, ovo, feijões mágicos, gansa dos ovos de ouro - e cria uma história um tanto estranha. O Gato (voz de Antonio Banderas, na versão original) é um fora da lei mexicano, cheio de charme e mais cheio ainda de si, criado num orfanato. Seu plano no momento é roubar os feijões mágicos de Jack (Billy Bob Thornton) e Jill (Amy Sedaris), subir ao castelo do gigante nas nuvens e roubar alguns ovos de ouro.

No meio do caminho, conhece Kitty Pata-Mansa (Salma Hayek), outra gata fora-da-lei com o mesmo objetivo, que acaba levando-o ao seu chefe, o misterioso ovo Humpty Dumpty (Zach Galifianakis). Entra um flashback - um tanto longo - sobre a infância do gato e do ovo que se conheceram no orfanato, onde se tornaram amigos e depois brigaram, tornando-se inimigos.

Humpty Dumpty é, a priori, um personagem dividido por conflitos internos, transitando entre o bem e o mal. Ele é amigo do Gato, ama-o como irmão, mas, ao mesmo tempo, é seu rival e o odeia por ter sido abandonado no passado. Seria um personagem interessante, mas, por seu desenvolvimento no roteiro, torna-se o chato de plantão.

O Gato, Kitty e seus amigos bichanos garantem uma boa dose de charme para o filme, cujo colorido vibra no 3D eficiente. A história da dupla felina segue linhas convencionais - rivais que se unem para um bem comum e acabam se apaixonando. O sotaque espanhol do personagem remete ao Zorro - mas isso é só um detalhe numa história em que um gato é irmão adotivo de um ovo e todos levam isso numa boa.

Dirigido por Chris Miller ("Shrek Terceiro"), "Gato de Botas" não tem nenhuma ligação direta com os filmes do ogro. O bichano ganha seu próprio filme, que se sustenta por si próprio. Não é tão bom quanto o primeiro "Shrek", mas também é melhor do que suas sequências.

(Alysson Oliveira, do Cineweb)

TRAILER DE "GATO DE BOTAS"