Filme na China desperta paixões antes de visita de premiê
PEQUIM (Reuters) - Quando o primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, desembarcar na China no domingo, um novo blockbuster vai garantir que a primeira imagem que aparecerá na cabeça dos chineses sobre os japoneses será, mais uma vez, a dos brutais crimes cometidos no país durante a guerra.
A história do Massacre de Nanjing de 1937, o tema do filme "The Flowers of War" de Zhang Yimou, é ensinada na China às crianças, e várias séries de televisão, documentários e livros garantem que o tema nunca saia da vista do público por muito tempo.
Desde sua exibição na semana passada, o filme, que traz o ator Christian Bale no elenco, vem atraindo enorme audiência e já arrecadou 200 milhões de yuan (31,6 milhões de dólares) nas bilheterias até agora. O público chora abertamente durante as cenas mais perturbadoras.
O filme teve enorme apoio político. A noite de estreia aconteceu em um prédio do governo e ele foi escolhido como candidato da China para o Oscar de melhor filme em língua estrangeira, embora tenha recebido críticas mornas nos Estados Unidos.
O cineasta Zhang, que já produziu filmes audaciosos que desafiavam as convenções, agora está sendo visto como um herói nacional depois de orquestrar a deslumbrante cerimônia de abertura das Olimpíadas de Pequim de 2008.
"The Flowers of War", com suas sugestões sombrias de necrofilia e estupro masculino e cenas de violência gráfica, lembra em partes os filmes de propaganda do governo chinês contra os japoneses, e certamente está tendo esse efeito no público.
"Que pessoas horríveis são os japoneses", disse o estudante Zhao Lan depois de ver uma sessão lotada em um cinema de Pequim. "Como eles podem ser tão loucos e furiosos!"
"Os soldados japoneses são horríveis e eu não entendo por que eles ainda não querem se desculpar por seus erros", acrescentou um homem que se identificou como Sun.
A China disse que as tropas japonesas invasoras massacraram 300.000 homens, mulheres e crianças em Nanjing, então conhecida como Nanking. Um tribunal Aliado depois da Segunda Guerra Mundial estimou em 142.000 o número de mortos.
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