Primeira parte da saga "Star Wars", "A Ameaça Fantasma" volta aos cinemas em 3D
Desnecessário e redundante quando de seu lançamento original em 1999, a reestreia em 3D de "Star Wars: Episódio 1 - A Ameaça Fantasma" é prova de que o filme é obsoleto. Não existe razão para colocar novamente o filme nos cinemas que não a lógica capitalista de George Lucas, que há três décadas e meia faz exatamente o mesmo filme - ao menos até 2005 ele se dava ao trabalho de fazer um produto "novo" que repetia tudo o que tinha feito até então, mas, agora, nem isso.
A única coisa realmente em 3D nessa projeção são as legendas - fora isso, é o velho longa, que nem foi tão bem recebido na época de seu lançamento e sequer resiste a revisionismos.
Fora os fãs mais ardorosos e aqueles que eram jovens demais para vê-lo no cinema em 1999, "A Ameaça Fantasma" não justifica uma nova ida ao cinema - ou mesmo uma primeira ida. A história, como quase tudo escrito por Lucas, carece de conflitos e personagens mais bem delineados que fujam da dicotomia bons e maus. O diretor parece nunca se dar conta de que existem tons de cinza entre o preto e o branco. E, desde o começo, deixa-se claro - de formas pouco sutis - que o jovem Anakin (Jake Lloyd, que cresceu e sumiu do cinema) não é do bem. Surpresa, surpresa: ele será Darth Vader alguns filmes mais tarde.
Os personagens humanos servem como mera desculpa para a criação de bonequinhos que serão vendidos a preços exorbitantes. Lucas, que nunca foi bom diretor de atores, desperdiça intérpretes do porte de Natalie Portman, Liam Neeson e Ewan McGregor - que precisam se contentar com personagens insossos, desprovidos de qualquer nuance ou contorno mais definido.
"Ameaça Fantasma", de certa forma, é um retrocesso no cinema de Lucas, em mais de um sentido. Primeiro porque ele volta no tempo narrativo para contar uma história que acontece antes da trilogia lançada entre 1979 e 1983 (mais tarde conhecidos como episódios 4, 5 e 6). O que era pura diversão sem muito vestígio de massa cinzenta e movido a altas doses de pipoca, aqui é elevado a uma categoria de arte suprema. Verdade seja dita, isso parte mais da comunidade fanática por "Star Wars" (num mundo pré-globalização, conhecido como "Guerra nas Estrelas") do que do próprio diretor.
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