Bigelow enfrenta protestos em início de filmagens de produção sobre Bin Laden na Índia
Radicais hindus na Índia protestaram nesta sexta-feira (2) contra as filmagens de um filme da diretora vencedora de Oscar Kathryn Bigelow sobre a procura por Osama bin Laden, sob o argumento de que os cineastas estavam fingindo que território indiano era o Paquistão.
A equipe de Bigelow rodou as primeiras cenas na quinta em Chandigarh, próxima a cidade de Abbottabad, onde o líder da Al Qaeda foi morto após uma ofensiva do Exército norte-americano em maio de 2011.
Os cineastas não tiveram permissão para filmar no Paquistão e modificaram partes da cidade indiana de Chandigarh para ficar parecida com a cidade paquistanesa de Lahore. Mas, para os hindus de direita, o uso da Índia para representar o inimigo Paquistão era demais.
"Eles fizeram Chandigarh como o Paquistão, como se fosse o Paquistão", afirmou Vijay Bhardwaj, líder do grupo radical hindu Vishva Hindu Parishad (VHP). "Somos totalmente contra isso e não vamos deixá-los colocar bandeiras paquistanesas aqui e não vamos deixá-los filmar."
Outdoors com sinais Urdu foram colocados em lojas em um mercado no norte da cidade indiana e riquixás circulavam com placas de Lahore. Mulheres vestindo burcas e homens em roupas tradicionais paquistanesas percorriam as ruas.
O pequeno grupo de manifestantes gritava palavras de ordem e alguns deles foram vistos discutindo com membros do elenco e da equipe de filmagens enquanto a polícia tentava intervir. Os manifestantes disseram que o governo deveria ter negado a permissão para fazer o filme em solo indiano.
Bigelow, que ganhou um Oscar por seu filme de guerra no Iraque "Guerra ao Terror", estava trabalhando em um filme sobre a caçada a B-in Laden antes de o líder da al Qaeda ser morto na cidade paquistanesa de Abbottabad. O filme, "Zero Dark Thirty", tem lançamento previsto para final de 2012.
Índia e Paquistão já travaram três guerras desde a conquista de sua independência da Grã-Bretanha em 1947. A desconfiança entre os dois rivais nucleares persiste.
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